Governo de Roraima pretende contratar empresa penalizada por fraudar licitação por R$ 12,5 milhões para fornecer livros didáticos

Governo de Roraima pretende contratar empresa penalizada por fraudar licitação por R$ 12,5 milhões para fornecer livros didáticos
Livros serão para alunos do 1º ao 9º ano – Foto: Divulgação

O Governo de Roraima está contratando uma empresa da Paraíba por R$ 12,5 milhões para fornecimento de livros didáticos para alunos e professores da rede estadual de educação.

Uma denúncia anônima enviada à reportagem nesta segunda-feira (3) relatou que a empresa já foi penalizada por fraude em licitação. E, por conta disso, está irregular no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (Sicaf). O que a impede de contratar com o serviço público.

A reportagem pesquisou o CNPJ da empresa ainda na manhã desta segunda-feira e constatou que a mesma se encontra com status de inidoneidade no Sicaf. Para contratar com o setor público a empresa precisa estar registrada no sistema e deve estar com o “nome limpo”.

Ainda conforme a denúncia anônima, servidores da Educação teriam recebido notificação de forma verbal para validar o material da empresa dentro do processo licitatório.

“Estão nos forçando a fazer o mesmo descaso com uma empresa, ordem essa que veio do ATUAL SECRETÁRIO E ADJUNTO através de seus diretores, em um passado recente que foi a G10, onde alertamos que o setor não tinha interesse no material por ser de qualidade inferior”, escreveu o denunciante.

O Roraima em Tempo entrou em contato com Secretaria de Estado de Educação (Seed) e com a empresa para solicitar posicionamento e aguarda resposta.

O portal também entrou em contato com o Tribunal de Contas (TCE-RR) e aguarda retorno.

MP vai apurar denúncia

Procurado, o Ministério Público de Roraima (MPRR) informou que ainda não recebeu denúncia sobre a contratação e que vai instaurar procedimento para apurar o fato.

“Uma vez caracterizada a contratação ilegal, a depender do que for constatado, pode acarretar responsabilidade de outra ordem por parte do administrador, tanto sob o aspecto administrativo, como penal, considerando que, entre os passos iniciais para contratar na esfera pública está a verificação se a empresa está apta para tal”, ressaltou o órgão.

Caso semelhante

Um caso semelhante ocorreu nas eleições de 2022, quando o Governo de Roraima contratou uma empresa por meio de contratação direta.

A firma deveria fornecer livros didáticos por R$ 15 milhões. No entanto, o pagamento e a entrega teriam ocorrido de forma célere.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE-RR) chegou a bloquear os bens do então secretário estadual de Educação, Nonato Mesquita e outros.

Conforme o relatório do órgão, os auditores identificaram que a Seed pagou antecipadamente R$ 15.424.601,40, que corresponde ao valor total do contrato.

Fonte: Da Redação