Bebê morre na ‘maternidade de lona’ e familiares relatam negligência médica na unidade

Bebê morre na ‘maternidade de lona’ e familiares relatam negligência médica na unidade
Maternidade funciona provisoriamente sob tendas e lonas no 13 de Setembro – Foto: Gabriel Cavalcante/Roraima em Tempo

Um bebê morreu na Maternidade Nossa Senhora de Nazareth, também conhecida como ‘maternidade de lona’. A família relatou o caso à reportagem da Rádio 93 FM nesta terça-feira (2).

A mãe da criança, Kátia Kelly de 21 anos, deu entrada na unidade na última sexta-feira dia 28, contudo, só recebeu atendimento no sábado, após 12h. Ela estava grávida de 8 meses. Conforme o pai de Kátia, Edmar Santos, a filha sentia fortes dores e também tinha perda de líquido amniótico, por isso procurou atendimento na unidade.

“Passou até 22h para eles marcarem a cesárea. Quando eles então resolveram fazer, meu genro me disse que o bebe sofreu parada cardíaca fizeram procedimento nele e aplicaram adrenalina nele para ver se ele retornava. Então, o médico disse que ele estava bem. Já quando eram quase 6h da manhã do domingo, me ligaram e disseram ‘venha para cá imediatamente’. Quando a gente chegou lá me informaram que o bebê não tinha resistido”, disse o homem.

Além disso, Kátia que estava esperando o 1º filho, continua internada na maternidade e até esta terça-feira (2), a família não recebeu nenhuma informação da situação sobre a paciente nem sobre o corpo da criança.

“Por que não tirara o meu neto [ a tempo] quando ela começou a perder líquido, quando ela começou a sentir dores ou então, quando ela informou para a enfermeira ou médicos. Ou seja, eles esperaram 12h para tirar? Até agora, ninguém disse nada e tão pouco disseram algo pra gente. Minha filha nem viu o bebê. Uma criança que nasce com 40cm e que nasce com 1,9 kg, uma criança perfeita. Aí esperam 12h para fazer o procedimento e o erro é de quem? Ou tá na administração ou nos médicos, mas está em alguém”, desabafou o avô da criança.

Família do bebê vai acionar a Justiça

Como resultado, a família do bebê vai acionar a Justiça sobre o caso.

“O meu neto agora está uma câmara fria. Agora, só vão liberar o corpo quando minha filhar sair da maternidade. Agora será outra dor, a minha filha sequer viu o filho. É coisa demais. Gostaria que a Saúde do Estado tivesse mais humanidade com a gente e um pouco de carinho com os pacientes que chegam, que observassem mais e dessem mais atenção”, finalizou.

Citado

A reportagem da Rádio 93 FM entrou em contato com a Secretaria de Saúde (Sesau) para posicionamento sobre o assunto, contudo, não houve retorno.

Fonte: Rádio 93 FM