
A Clínica Renal voltou a cobrar o pagamento da dívida da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), acumulada em R$ 10,8 milhões. O Roraima em Tempo teve acesso ao ofício enviado pela empresa à Pasta nesta terça-feira, 11.
No documento, a conveniada do Governo destaca que apesar da inadimplência do Estado, a empresa continuou a prestar os serviços. No entanto, precisa do pagamento para que possa seguir em atividade.
Os débitos são referentes ao mês de agosto, outubro e novembro de 2022; junho, julho e dezembro de 2023; outubro, novembro e dezembro de 2024; e janeiro de 2025.
A clínica ameaçou suspender os serviços por prazo indeterminado, a partir do dia 14 de fevereiro, até que a dívida seja quitada.
A reportagem procurou a Sesau para esclarecimentos e aguarda retorno.
Atraso salarial
A inadimplência do Governo afetou diretamente o pagamento dos funcionários da empresa, que ainda não receberam os salários do mês de janeiro. Por isso, o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Privados de Serviços de Saúde do Estado de Roraima (Siemesp-RR) procurou a Justiça do Trabalho.
Em decisão liminar, concedida no dia 9 de fevereiro, o juiz Gleydson Ney Silva da Rocha determinou à Clínica Renal o pagamento dos salários atrasados no prazo de 48 horas. Contudo, segundo a presidente do Sindicato, Joana Gouveia, a empresa ainda não cumpriu a obrigação.
“Hoje esse atraso afeta o pessoal da enfermagem, aproximadamente 47, e os demais [funcionários], entre administrativo, limpeza, manutenção, entre outros. Aproximadamente, 70 trabalhadores”, explicou a representante.
Ainda de acordo com a presidente da entidade, os funcionários pretendem realizar uma paralisação caso a clínica não pague os trabalhadores até a próxima sexta-feira, 14.
A empresa foi procurada para se manifestar sobre o atraso salarial e aguarda retorno.
Problema antigo
Em dezembro de 2023, profissionais da Saúde que atuavam na Clínica Renal fizeram uma paralisação para cobrar salários atrasados e o piso da enfermagem. Assim, a empresa funcionou com apenas 30% dos funcionários.

Na época, o Governo do Estado possuía uma dívida com a empresa que chegava a quase R$ 10 milhões. A clínica chegou a suspender os atendimentos a pacientes crônicos em julho daquele ano devido a situação. A empresa transferiu os pacientes para os hospitais do Estado, que ficaram sobrecarregados com a demanda devido a falta de estrutura.
Em janeiro deste ano, a conveniada do Governo já havia ameaçado interromper os atendimentos. No mês passado, a dívida acumulada era de R$ 8 milhões.
Fonte: Da Redação