Fagner sobre Vítor Pereira: ‘O que fez na troca de clube já mostra um pouco do que você pode esperar daquela pessoa’

A saída do técnico Vítor Pereira do Corinthians para assumir o Flamengo foi bastante conturbada. Após alegar problemas de saúde de sua sogra e chegar a dizer que “não assumiria outro clube no Brasil”, o português deixou o Parque São Jorge e rumou à Gávea.

Em entrevista ao programa Bola da Vez, da ESPN, que irá ao ar no próximo sábado (11), às 23h (de Brasília), o lateral Fagner falou sobre a saída de Vítor Pereira e não mediu palavras ao analisar o treinador.

Ao comparar o trabalho do português com Fernando Lázaro, atual comandante alvinegro, o camisa 23 vê diferenças “em tudo”.

“Eu acho tudo (diferente). Sinceramente, tudo. É o dia a dia. As instruções. A maneira de lidar, olho no olho. Foi muito difícil. Não só comigo, acho que com todo mundo. Desde que eu cheguei ao Corinthians, a gente sempre teve um ambiente muito bom. E no ano passado… A gente conseguiu ainda chegar em finais, poderia até ter ido melhor no Campeonato Brasileiro. Mas são coisas que as vezes fogem né, você tem que obedecer”, disse Fagner.

Na sequência, o lateral utilizou de exemplo a saída de Vítor Pereira para o Flamengo para falar do caráter do treinador.

“Não é que faltava diálogo. São coisas que não condiziam com aquilo que ele pedia. Um exemplo: que ele fez mesmo na troca de um clube para outro. Isso aí já mostra um pouco do que você pode esperar daquela pessoa. Eu não posso te falar uma coisa aqui e chegar ali nas suas costas e falar outra”, criticou.

Para detalhar como era o dia a dia com o português no Parque São Jorge, Fagner relembrou de um episódio de 2022. Após a derrota na partida de ida das quartas de final para o Atlético-GO, por 2 a 0, Vítor fez duras críticas ao elenco na entrevista coletiva.

O lateral disse que ali foi “onde as coisas podem ter desandado”.

“Talvez. Mas assim… Esse foi um jogo que tinham 3 jogadores voltando de lesão. Eu, Maycon e Willian. No jogo contra o Atlético-MG a gente vira no ultimo minuto, Fábio Santos de pênalti. E aí a gente vai para o jogo contra o Atlético-GO, um jogo que a gente não conseguiu jogar, um time muito bom. Perdemos o primeiro jogo, que é… não é um bicho de sete cabeças. É um resultado difícil? É. Mas você tinha condições de reverter”, disse.

“E assim… a partir do momento que você vai para a entrevista e expõe que seu time esta saciado, acho que você quer dizer que seu time não tem apetite pela vitória. Não tem fome de vitória. Como assim? Minha vida se resume a vencer. Saio de casa todo dia para treinar, para tentar evoluir, porque quero vencer. Minha vida inteira foi essa competição, assim como a de todos os meus companheiros lá. A gente se cobra. A gente se olha e fala ‘vamos, vamos, vamos’. Então, a partir do momento que você expõe, ‘ah, porque os atletas que voltaram de lesão…’. Ué, mas calma aí. No jogo passado tinha atletas que voltaram de lesão também que jogaram. Ganhou. Por que você não falou a mesma coisa? Então eu acho que essa linha de ‘ganhou está tudo bom, perdeu eu vou expor um ou dois’… acho que tem que ter um consenso. Ou eu vou expor mesmo, na vitória ou na derota, ou não. Lá dentro eu resolvo meus problemas e aqui fora eu falo o politicamente correto”, finalizou.