MVP, Mahomes tenta quebrar maldição que assombra astros do Super Bowl

Patrick Mahomes foi eleito MVP da NFL… e agora tenta quebrar maldição no Super Bowl.


Com 5.250 jardas lançadas, 41 touchdowns, 358 jardas corridas e 3 touchdowns terrestres, Patrick Mahomes foi eleito MVP da temporada 2022 da NFL.

Em seu sexto ano na liga, o quarterback já mostrou que suas qualidades reinam entre os melhores da história.

E dias antes do Super Bowl LVII, contra o Philadelphia Eagles, o quarterback dos Chiefs pode se tornar o primeiro MVP a conseguir o título para quebrar uma maldição que afetou até Tom Brady e Peyton Manning – ser campeão na mesma temporada em que venceu o prêmio de melhor da liga.


Philadelphia Eagles e Kansas City Chiefs disputam o Super Bowl LVII neste domingo (12), com transmissão pela ESPN no Star+, com Abre o Jogo começando às 18h30 (Brasília), e a bola subindo às 20h. Ao longo de toda semana, a ESPN estará direto do Arizona, palco da final da NFL, com equipe trazendo as informações in loco e com ESPN League diário.


O último a realizar o feito foi Kurt Warner, quando ainda jogava pelo St. Louis (Los Angeles) Rams. Em sua primeira temporada como titular da equipe, em 1999, foram 13 vitórias que o levaram ao MVP antes, claro, da vitória no Super Bowl XXXIV.

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Kurt Warner (2001)

Aos 28 anos e em sua segunda temporada na NFL, Kurt Warner era quarteback do “The Greatest Show on Turf“, melhor ataque da liga entre 1999-2001. A qualidade do ataque com Marshall Fauk (running back), Terry Holt (wide receiver) e Isaac Bruce (wide receiver) permitia algo mágico.

Pelo jogo terrestre, com Faulk superando as 1000 jardas terrestres, ou pelo jogo aéreo, em que os recebedores ultrapassavam as 1000 jardas recebidas (incluindo o running back), aquele time encantou a NFL naquele período. Kurt Waner conquistou o título, em 1999, ao vencer o Tennessee Titans, por 23 a 16, com o drive da vitória nos dois minutos finais.

Entretanto, tal sucesso não aconteceu em 2001, quando este St. Louis enfrentou o New England Patriots do técnico Bill Belichik e seu novo quarterback… Tom Brady.

Kurt Warner não conseguiu manejar tamanha pressão que recebeu. Foi interceptado duas vezes, e o jogo corrido com Marshall Faulk não funcionou tão efetivamente. A defesa dos Patriots segurou aquele ataque poderoso até o último quarto.

O “The Greatest Show on Turf” engrenou no último período, anotando dois touchdowns, mas, faltando 1 minuto e 30 segundos, Tom Brady colocou o kicker Adam Vinatieri na posição de converter o field goal da vitória por 20 a 17.

E foi este o momento em que a maldição sobre o MVP da temporada regular se iniciou.

Rich Gannon (2002)

No ano de início da dinastia Belichik-Brady, em New England, o conto de Rich Gannon estava circulando pela liga e teve seu ápice em 2002. O quarterback passou por vários times antes de chegar no antigo Oakland (Las Vegas) Raiders e se tornar MVP da temporada 2002, depois de conquistar 11 vitórias, acumular 4.689 jardas e 26 touchdowns aos 37 anos.

Aquele time de Oakland chegou até o Super Bowl XXXVII, quando foi sufocado pelo Tampa Bay Buccaneers do técnico Tony Dungy. Gannon tentou o que pôde, lançando 44 passes, mas a pressão acabou com o seu jogo. Foram 24 lançamentos completados para 272 jardas e 2 touchdowns. O quarterback sofreu 5 sacks na partida e lançou 5 interceptações.

Noite difícil para o então MVP da temporada.


Shaun Alexander, o solitário running back da lista (2005)

Depois de cinco temporadas, o running back do Seattle Seahawks estava em seu melhor momento. Shaun Alexander conseguiu liderar seu time a 13 vitórias na temporada e o posto de primeiro lugar na Conferência NFC.

Alexander somou mais de 100 jardas em 11 partidas. Além disso, teve múltiplos touchdowns em oito jogos diferentes. No total, foram 1.880 jardas e 27 touchdowns, recorde da NFL na época.

Os Seahawks não eram um time tão unilateral, mas o running back era a parte principal da equipe, e a defesa do Pittsburgh Steelers sabia disso. A linha defensiva formada por Casey Hampton (DT), James Farrior (DT), Larry Foote (DT), James Harrison (DE), Casey Hampton (DE) e Brett Keisel (DT) fez questão de pressionar o quarterback Matt Hasselback, complicando o jogo de Seattle.

“Big” Ben Roethlisberger foi mal naquela decisão, mas o jogo “engraçadinho” com trick plays e corridas terrestres funcionou, fazendo com que os Seahawks perdesse por 21 a 10… e Shaun Alexander entrasse para esta lista.

Tom Brady (2007 e 2017)

É difícil não achar Tom Brady em algum feito na NFL. Neste caso… nem de um negativo.

A primeira vez que Brady sofreu com a maldição foi na espetacular temporada de 2007, quando Randy Moss, lendário wide receiver da NFL, assinou com o New England Patriots, e a equipe deu um salto, se tornando o melhor ataque da competição e alcançando o recorde de 16 vitórias seguidas e nenhuma derrota.

Aqueles Patriots chegaram a 18 vitórias naquela temporada (contando playoffs), recorde da NFL. Mas, em pleno Super Bowl XLII, a histórica derrota para o New York Giants de Eli Manning, com uma virada a 35 segundos do fim do jogo.

Já em 2017, Brady liderou os Patriots a 13 vitórias. Depois de perder dois jogos nas quatro primeiras partidas, foram 13 vitórias nos 14 confrontos seguintes. Após a difícil Final da Conferência Americana, contra o Jacksonville Jaguars, os pontos mais fracos de New England ficaram expostos, e o Philadelphia Eagles, com Nick Foles de titular, venceu o Super Bowl LII.

Naquele jogo, Brady fez de tudo: recorde de jardas lançadas em um Super Bowl (505) e 3 touchdowns.

Peyton Manning (2009 e 2013)

O jogador que enfureceu Tom Brady na juventude, em um treinamento em San Francisco, está na lista de MVPs que não conseguiram o título da NFL na mesma temporada.

O ex-quarterback do Indianapolis Colts e do Denver Broncos falhou nesta missão em duas oportunidades diferentes, nas duas equipes.

Em 2009, Peyton Manning levou os Colts a 14 vitórias seguidas. Indianapolis era o time a ser batido… e as derrotas só aconteceram nos últimos dois jogos, já com o técnico Jim Caldwell priorizando a pós-temporada.

Triturando o Baltimore Ravens na rodada divisional, e o New York Jets, na decisão da Conferência Americana, os Colts alcançaram o Super Bowl XLIV, mas Sean Payton e Tracy Porter (CB) acabaram com a alegria do quarterback na decisão contra o New Orleans Saints.

Em 2013, a situação era diferente: Manning voltava de contusão e estava em seu novo melhor momento da carreira, mesmo aos 37 anos. Foram 5.477 jardas e 55 touchdowns na temporada, suas duas maiores marcas, dando ao QB o 5º prêmio de MVP.

Porém, nada disso foi páreo contra a famosa “Legion of Boom“, a defesa do Seattle Seahawks de Richard Sherman (CB), Bobby Wagner (MLB), Earl Thomas (FS), Kam Chancellor (SS), K. J. Wright (LB) e Bruce Irvin (LB): um massacre por 43 a 8 contra Manning.

‘Super Cam’ (2015)

Em 2015, na quinta temporada de Cam Newton na NFL, o atleta mostrou o porquê de toda empolgação de Carolina com a primeira escolha geral do Draft 2011.

Sabendo a hora de lançar ou correr, com uma inteligência e paciência sem igual, o quarterback foi tremendo e venceu os 14 primeiros jogos da temporada, perdendo apenas um e chegando ao Super Bowl com campanha de 17 vitórias.

“Super Cam”, como foi chamado, era diferente. Acumulou 3.837 jardas e 35 touchdowns lançados, além de 636 jardas corridas 10 touchdowns terrestres.

No Super Bowl, ao enfrentar o Denver Broncos de Peyton Manning, o lendário quarterback sofreu 5 sacks, dois fumbles e lançou apenas 141 jardas na partida contra a forte defesa dos Panthers.

Mas, do outro lado, existia também um grupo fenomenal.

Von Miller (DE) foi MVP daquela partida depois de acabar com qualquer sonho de Cam Newton.

O melhor jogador da temporada regular tentou 41 passes, mas só conseguiu completar 18, sofreu um safety, dois fumbles, uma interceptação… e a lenda do Superman acabou naquela derrota, por 24 a 10, no Super Bowl 50.

Matt Ryan (2016)

O Atlanta Falcons da década passada foi um time bastante promissor, quando completo. Mas teve vários problemas de contusão.

Em uma síntese de bons momentos na temporada 2016, esta equipe contava com todos, ou pelo menos a maioria, dos seus jogadores em todas as partidas. Depois de alguns anos reformando sua defesa, estava pronto para o título e chegou ao Super Bowl…contra os Patriots de Tom Brady.

Matt Ryan liderou o ataque a 28 pontos, e a defesa dos Falcons segurou Brady a três pontos até o final do terceiro quarto. Mas Belichik arrumou sua defesa, Brady sustentou seu ataque e conseguiu forçar a prorrogação em uma arrancada icônica.

Ao fim dos quatro períodos de jogo, o momento era todo de New England, e a energia era tanta que até na sorte os Patriots ganharam. No “Cara ou Coroa” que decidiu quem começaria com a posse de bola na prorrogação, deu Patriots.

Brady comandou a campanha da vitória, que terminou com uma corrida de James White (RB).

Os Patriots aplicaram a maior virada na história da NFL ao vencerem o jogo por 34 a 28 e fizeram Matt Ryan ser o sétimo MVP da temporada regular a perder no Super Bowl.