O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciou nesta quinta-feira (2), em apoio a uma força-tarefa do Distrito Federal, a Operação Falso Negativo, que apura irregularidades na compra de testes de Covid-19 pelo governo do DF.
As investigações apontam superfaturamento nas compras e baixa qualidade dos testes, que podem dar falso negativo. O prejuízo aos cofres públicos é estimado em R$ 30 milhões.
São investigados crimes como fraude a licitação, crime contra a ordem econômica, organização criminosa e corrupção ativa e passiva.
Agentes saíram para cumprir mandados de busca e apreensão em sete estados (GO, RJ, SP, PR, SC, BA e ES), além do Distrito Federal.
Alvo no Rio
No Rio de Janeiro, um dos alvos da operação é Luiz Cláudio Babo Torres. Agentes foram para a casa dele, na Península, na Barra da Tijuca.
Babo é ligado à empresa Revolux Rio Comércio e Serviços.
Há mandados também para a sede da empresa, em Nova Iguaçu.
74 mandados no Brasil
Segundo investigadores, servidores da Secretaria de Saúde do DF se organizaram para fraudar licitações e para comprar testes IgG/IgM com preços superfaturados.
A compra foi com dispensa de licitação. Ainda segundo a investigação, houve troca de marcas de testes por outras de qualidade inferior, o que contribui para o resultado falso negativo.
Ao todo, a operação, que foi chamada “Falso Negativo”, cumpre 81 mandados de busca e apreensão em mais de 20 cidades. Entre os endereços alvo dos mandados estão o Laboratório Central do DF, a Farmácia Central, a Secretaria de Saúde do DF e residências dos responsáveis pelas compras.
A decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal que autorizou os mandados solicitados pelo Ministério Público fala em buscas e apreensão em 25 endereços, com 15 alvos.
As cidades onde os mandados foram cumpridos são:
- Brasília/DF
- Formosa/GO
- Goiânia/GO
- Curitiba/PR
- Maringá/PR
- São José dos Pinhais/PR
- Pinhas/PR
- São Paulo/SP
- Santana do Parnaíba/SP
- Cotia/SP
- Itapevi/SP
- Barueri/SP
- Joinville/SC
- Balneário Camboriú/SC
- Ilhota/SC
- Navegantes/SC
- Serra/ES
- Cariacica/ES
- Vitória/ES
- Rio de Janeiro/RJ
- Nova Iguaçu/RJ
- São Gabriel/BA
- Irecê/BA
O que diz o governo do DF
Em nota, a Secretaria de Saúde do DF informou que todos os testes adquiridos, recebidos por meio de doações ou enviados pelo Ministério da Saúde, “têm o certificado da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e portanto foram testados e aprovados pelo órgão federal”.
Informações: G1 – Foto: Reprodução/TV