Com vereador preso, suplente assume nesta segunda-feira

Alan do Povão já havia sido empossado no dia 28 de março, após recorrer à Justiça. Mas a Câmara Municipal apelou ao judiciário, que suspendeu a admissão
Alan do Povão já havia sido empossado no dia 28 de março, após recorrer à Justiça. Mas a Câmara Municipal apelou ao judiciário, que suspendeu a admissão

Alan do Povão (SD) deverá tomar posse como vereador na Câmara de Boa Vista nesta segunda-feira (14), conforme o Diário Oficial do Município dessa sexta-feira (11). O suplente assumirá a vaga de Wagner Feitosa (SD), preso por suposto envolvimento com facção criminosa e desvio de dinheiro público em março de 2018 na operação Soturno do Ministério Público Estadual.

Alan do Povão já havia sido empossado no dia 28 de março, após recorrer à Justiça. Mas a Câmara Municipal apelou ao judiciário, que suspendeu a admissão.  À época, o presidente da Casa Legislativa, Mauricélio Fernandes (PMDB), alegou que o cargo de Feitosa não estava em vacância e ele continuaria recebendo o salário de parlamentar regularmente. Conforme afirmou, a decisão da Justiça afastou o vereador somente por 120 dias, o que impediria a posse do suplente.

De acordo com Alan do Povão, Feitosa estava afastado da Câmara há 315 dias e, por direito, tinha de assumir a vaga. Ele continua preso no Comando de Policiamento da Capital (CPC) da Polícia Militar. Ele chegou a recorrer à Justiça para ser solto, mas sem sucesso.

“Fui à Justiça e também conversei com o presidente da Casa e com a Mesa Diretora. Chegamos a um entendimento para eu ser empossado. Como vereador, pretendo somar com os colegas de parlamento para melhor trabalhar para os boa-vistenses”, declara o suplente.

Alan de Sousa Andrade, de 37 anos, recebeu 1.934 votos nas eleições municipais de 2016 e ocupa pela primeira vez o cargo de vereador. Após a posse, ele afirmou que irá trabalhar para a população da capital e que irá focar a área da saúde.

A prisão – Wagner Feitosa foi preso suspeito de usar um membro de facção criminosa para ameaçar servidores do próprio gabinete a devolverem os salários que recebiam. Há ainda a suspeita de que ele tenha sido eleito com dinheiro da organização que atua dentro e fora dos presídios de Roraima.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP começou a investigar o vereador em abril de 2017 após um ex-servidor denunciar que estava sendo obrigado a devolver os salários. Ele gravou conversas que comprovavam o esquema e entregou ao MP.

As apurações do Gaeco apontaram, inicialmente, o envolvimento do parlamentar, um chefe de gabinete e um assessor, além de integrantes de uma organização criminosa. Na operação, foram 17 ordens judiciais expedidas pela Vara de Crimes de Tráfico de Drogas, decorrentes de Organização Criminosa, Lavagem de Capitais e Habeas Corpus. Três foram de prisão preventiva e nove de busca e apreensão.

Informações: G1 Roraima