Testemunhas depõem sobre esquema de desvio de dinheiro em RR que envolve Yonny Pedroso

Duas testemunhas de acusação vão depor à Justiça Federal no processo que investiga o esquema de desvio de dinheiro do transporte escolar. A ação tem como alvo a deputada Yonny Pedroso (SD), o marido dela, José Wallace da Silva, e outros suspeitos.

As oitivas devem ocorrer no dia 7 de outubro, às 9h, conforme decisão do juiz Helder Girão Barreto, responsável pelo caso. Uma das testemunhas é um empresário do ramo, que tinha contratos com o Governo de Roraima.

O processo está em andamento desde o ano passado após a Operação Zagata, realizada em dezembro de 2018. À época, a Polícia Federal (PF) prendeu Yonny, José Wallace e outros oito envolvidos, por suspeita de esquema que teria desviado R$ 50 milhões para alavancar a campanha eleitoral da deputada.

José Wallace ficou foragido por quase um mês depois de ter o mandado de prisão expedido. Ele é apontado como maior beneficiado do esquema e foi preso em São Paulo e transferido para Roraima. Na semana passada, ele foi autorizado pela Justiça a se ausentar do estado.

Yonny conseguiu na Justiça Federal uma liminar que garantiu a posse como deputada na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR). Ela teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), mas pode recorrer no cargo. Durante sessão extraordinária de posse, ela se declarou inocente.

INVESTIGAÇÃO

Em dezembro de 2018, a PF deflagrou a Operação Zaragata para desarticular organização criminosa envolvida em desvios de recursos públicos e cobrança de propinas nos serviços de transporte escolar em Roraima.

De acordo com as investigações, a empresa Diamond Tours Logística e Transportes Ltda. venceu um contrato emergencial para cobrir rotas do transporte escolar, em que um contrato que já existia não cobria. Mas esse serviço não era prestado pela empresa.

Conforme os inquéritos, rotas que a empresa beneficiada com contrato de R$ 78 milhões fazia já haviam sido contempladas por outros contratos de demais terceirizadas. Ou seja, elas ficavam sobrepostas. Algumas das localidades, segundo a PF, nem existem no Estado.

Nos escritórios de contabilidade foram encontrados carimbos preparados para falsificar os documentos. A PF acrescentou, à época, que o material apreendido durante as diligências foi farto.

Informações: Roraima em Tempo – Foto: Arquivo Pessoal