Pais denunciam problemas estruturais na Escola de Música

Colunas de madeira corroídas por cupins, janelas e telhas quebradas são alguns dos problemas da única escola de música de Roraima (Foto: Diane Sampaio)
Colunas de madeira corroídas por cupins, janelas e telhas quebradas são alguns dos problemas da única escola de música de Roraima (Foto: Diane Sampaio)

A estrutura da única Escola de Música de Roraima (Emur) tem preocupado cada vez mais pais, alunos e servidores. Pouco mais de seis meses após completar 36 anos de atuação, parte da instituição está atualmente interditada devido ao perigo de um possível desabamento e/ou outros acidentes decorrentes da deficiência do edifício, como colunas de madeira corroídas, janelas e telhado quebrados.

Uma mãe de aluno, que preferiu não se identificar, contou à reportagem que o problema estrutural vem sendo anunciado desde a gestão do ex-governador Anchieta. “Meus filhos e sobrinhos estudaram e estudam aqui há anos. Não é de ontem que a reforma se faz necessária, mas nunca é feita. Já me reuni com outros pais e o que queremos é a segurança dos nossos filhos enquanto eles estudam”, disse.

As denúncias dos pais foram levadas à Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) que, após confirmar veracidade da situação, encaminhou a Indicação 895/2019 ao governador Antonio Denarium. No documento, a deputada estadual Catarina Guerra (SD) solicita a reforma do prédio e, na possibilidade de que não seja realizada de imediato, a mudança da instituição para outro imóvel do Estado.

Na Emur, a reportagem constatou alguns dos problemas citados nas denúncias, como janelas e telhas quebradas, colunas de madeira tomadas por cupim e, frente a isso, o risco de desabamento do prédio. “São riscos iminentes que não só as crianças estão propensas a passar”, destacou a mãe do aluno. Na Indicação da ALE, a deputada Catarina Guerra chegou a reiterar o pedido de reforma frente a insegurança de vida dos alunos e servidores.

A denunciante que contatou a reportagem informou não haver nenhuma previsão de reforma até o momento. Enquanto não há previsão, ela continua esperando o término da aula na própria escola. “A gente tem medo do que possa acontecer, né? Mãe é mãe. Eu prefiro ficar aqui, esperar a aula dele acabar e ir pra casa com ela do que ficar pensando em mil coisas”, lamentou.

HISTÓRIA – Criada por meio do Decreto 107 de 22 de dezembro de 1983 pelo então governador Vicente de Magalhães Moraes, a Escola de Música de Roraima (Emur) oferece 18 modalidades instrumentais, atendendo 1.020 alunos nos três turnos, com aulas práticas e teóricas. A estimativa é que mais de 10 mil alunos já tenham passado pela instituição ao longo desses 36 anos de atuação no Estado. Para participar da Escola, é necessário realizar uma matrícula que ocorre todos os anos no mês de fevereiro. A idade mínima para ingresso é de 7 anos e a criança necessita ser alfabetizada.

Reforma da Emur deve ser iniciada em 2020, diz Governo

A assessoria de comunicação do Governo emitiu nota informando que o secretário de Cultura, Johnson Castro, que assumiu a pasta em setembro de 2019, esteve na Escola de Música. Conforme a nota, a pasta também recebeu a diretora da escola, Dorly Guerra, para avaliar as medidas emergenciais e de médio/longo prazos sobre a situação da estrutura física da Emur.

“A Secult está trabalhando em parceria com a Secretaria de Educação, para que, nos próximos dias, sejam realocadas as atividades da escola, em caráter temporário, garantindo a segurança dos alunos e professores e com o mínimo deprejuízo para a comunidade escolar.”

Ainda sobre a estrutura predial, a nota esclareceu que há uma reforma prevista por meio de articulação do Governo do Estado junto ao deputado federal Haroldo Cathedral. “O parlamentar destinou recursos, via emenda parlamentar impositiva, para garantir a construção do Centro Cultural, que será instalado no Parque Anauá e abrigará a Escola de Música. A previsão é de que a obra inicie em 2020”, concluiu a nota.

Informações: Folha de Boa Vista