A atendente Rilene Ramos Cunha, de 35 anos, enfrenta um drama na Maternidade Nossa Senhora de Nazaré. Ela não pode entrar na unidade e relatou ao jornal Roraima em Tempo que a filha, de 17 anos, está internada há um mês devido às complicações na gestação, mas não recebe tratamento adequado para o primeiro parto.
O neto de Rilene nasceu há 12 dias e a filha continua sem previsão de ter alta hospitalar. Rilene contou que é impedida de entrar, pois somente quem estava com a filha no momento em que ela deu entrada na maternidade tem autorização.
Como mostrou a reportagem, a medida serve para prevenir contágio por coronavírus, mas Rilene acredita que isso não justifica os maus-tratos que a filha recebe de médicos que tentaram induzir o parto sem condições, e descaso de enfermeiros.
“Só o namorado dela pode estar com ela. Eles dizem que o acompanhante deve ser o mesmo por causa da pandemia. A princípio, tentaram induzir o parto dela, mesmo que ela não tivesse condições de ter o bebê, com pílula e soro. Ela sofreu muito por causa disso, com dor e falta de suporte de funcionários que só tratam ela insensivelmente”, disse.
A jovem passou por uma cesariana, mas os médicos não retiram os pontos do procedimento. “Eles devem ser retirados no décimo dia. Já se passaram 12. Eles afirmam que isso só pode ser feito em posto de saúde. Mas ela não está internada lá? Como vai para o posto resolver isso? Se ela está internada, a responsabilidade é deles”, criticou.
Rilene conclui que também recebe reclamações da filha quanto ao tratamento de enfermeiros. Segundo ela, não é incomum ficarem no celular ou darem “respostas grosseiras” devido ao grande fluxo de pacientes na unidade.
“Se eu conseguisse entrar, conseguiria reclamar com diretoria, quem quer que seja, sobre esse descaso. Eles tratam pacientes como se fossem animais. Na verdade, pior, pois eu tenho cachorro em casa, e posso garantir que ele é muito bem tratado”, lamentou.
Informações e foto: Roraima em Tempo
