Acompanhantes de pacientes são proibidos de entrar no Hospital Geral de Roraima

Segundo denúncias, polícia foi acionada na manhã de hoje (1º) para retirar familiares que não queriam deixar a unidade

Acompanhantes de pacientes internados no Hospital Geral de Roraima (HGR) denunciaram à reportagem, nesta segunda-feira (1º), que foram retirados e impedidos de entrar na unidade após suspensão de visitas e acompanhamentos.

De acordo com um deles, a ação foi feita pelo corpo técnico, sem qualquer aviso prévio, e a direção da maior unidade de saúde do estado acionou a Polícia Militar (PM) para retirar aqueles que não queriam deixar o local.

“Nos ameaçaram, a polícia foi tirar quem não queria sair. A direção determinou que todo mundo saísse, mas é complicado, porque tem pessoas que não podem fazer as coisas sozinhas e precisam de alguém para ajudar”, lamentou.

O acompanhante disse ainda que o quadro de saúde da avó, que está internada para tratar uma cardiopatia, é frágil, pois ela está com o braço quebrado. A paciente precisa de auxílio para realizar tarefas simples, como beber água e se alimentar.

“Enfermeiros não conseguem dar atenção a todos, porque são muitas pessoas, e o déficit de profissionais é grande. O que vai acontecer é que pessoas mais debilitadas vão vir a óbito”, criticou.

Outra denunciante relatou que os familiares precisam cobrar médicos e enfermeiros para prestar assistência. “Se não correr atrás da medicação, eles não aplicam, nem fazem os exercícios de respiração [em caso de Covid-19]. Há muitos pacientes largados, e poucos técnicos para acompanhar”, reforçou.

CITADA

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informou que segue normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para todos os hospitais de referência para o tratamento da Covid-19, que proíbe a entrada de acompanhantes nos blocos, por conta da disseminação do vírus.

“Seguindo as normas da Nota Técnica, a medida adotada no HGR tem como objetivo garantir as medidas de prevenção e controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados, cortando a cadeia de transição”, justificou.

Ressaltou ainda que “toda a assistência continuará sendo prestada por meio das equipes de enfermagem que possuem o conhecimento técnico adequado para o manuseio do paciente”. A nota assegura que os familiares continuarão recebendo o boletim médico, diariamente, às 16h.

Informações: Roraima em Tempo