Bebê morre após grávida esperar 15h por atendimento na maternidade de Roraima

Segundo a família, a grávida teve atendimento negado nesse domingo (31), quando deu entrada em trabalho de parto

Familiares de uma gestante de 24 anos denunciaram à reportagem, nesta segunda-feira (1º), que o bebê morreu após a jovem esperar 15h por atendimento na Maternidade Nossa Senhora de Nazaré. Eles acusam a unidade de negligência.

Segundo a família, a grávida teve atendimento negado nesse domingo (31), quando deu entrada em trabalho de parto. Ela precisou esperar deitada em um banco da praça em frente à maternidade. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informou que apura o caso. (Leia nota no final da reportagem)

“Ela chegou ao local e estava com 2 centímetros de dilatação, pediu para ser internada, mas a equipe negou. Ela aguardou na praça até as 5h de hoje, pois reside no município do Cantá e não tinha outro lugar para ficar”, relatou um dos familiares.

Após sentir dores, a gestante solicitou ajuda e os médicos a atenderam. Segundo os denunciantes, a equipe constatou que os batimentos cardíacos do bebê estavam fracos, deram socos na barriga da jovem e depois declararam a morte da criança.

“Perceberam que podiam perder a criança e, mesmo assim, não agiram corretamente. Além disso, o laudo médico com as semanas de gravidez da paciente foi alterado de 40 para 35, ou seja, uma tentativa de não se responsabilizar pela negligência”, denunciou.

Conforme os familiares, a vítima segue internada e não deve passar pelo procedimento de curetagem, e os médicos querem que ela tenha um parto induzido. A família teme pela vida paciente e diz que não está autorizada a dar assistência a jovem.

“Os médicos dizem que não podem fazer nada e querem obrigá-la a ter o bebê em parto normal, sendo que ele está morto. Estamos desesperados, já que a maternidade é um matadouro”, criticou.

SEMELHANTE

No dia 30 de dezembro, outra gestante relatou ter aguardado mais de 24 horas por atendimento na mesma unidade. Ela contou que fez um exame particular e constatou que estava com o bebê morto na barriga.

Contudo, na unidade, ela foi informada que a criança estava viva, e que outro exame só poderia ser feito três dias depois. Além desse caso, a reportagem registrou ao menos quatro situações semelhantes no hospital.

CITADA

Em nota, a Sesau informou que o caso será apurado para averiguar a denúncia de negligência médica. “A maternidade presta o atendimento de acordo com os protocolos clínicos e obstétricos estabelecidos pelo Ministério da Saúde e a indução ao parto normal é a primeira condição adotada”, resumiu.

Informações: Roraima em Tempo