O Ministério da Saúde deve trocar de comando mais uma vez até o fim deste mês ou, o mais tardar, até a primeira quinzena de agosto.
O general Eduardo Pazuello, que comanda a pasta interinamente desde 15 de maio, deve deixar o posto para ser substituído, provavelmente, por uma indicação do chamado Centrão, bloco parlamentar que passou a apoiar o presidente Jair Bolsonaro.
Entre os mais cotados, está novamente o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), que já foi cogitado outras vezes e que continua fortalecido, apesar das previsões equivocadas que já fez em relação à pandemia do novo coronavírus.
Próximo a Jair Bolsonaro, o médico gaúcho tem se feito bastante presente junto ao primeiro escalão do governo e não passa uma semana sem comparecer a agendas com o presidente e com o chefe da Secretaria de Governo, o general Luiz Eduardo Ramos.
Sua indicação serviria para agradar o Centrão, já que Terra é de um partido que tem boas relações com o grupo, e também beneficiaria o seu suplente na Câmara dos Deputados, Darcísio Perondi (MDB-RS), que já foi vice-líder do governo na Câmara, é amigo de Bolsonaro e poderia voltar ao Parlamento.
A negociação política aparentemente superou a necessidade do governo de encontrar um nome técnico para o cargo – missão que ficou ainda mais difícil após a saída prematura de Teich – em uma pasta recheada de militares em postos estratégicos e pressionada pela necessidade de defender bandeiras controversas de Bolsonaro, como o uso da cloroquina.
O órgão perdeu prestígio no meio ao editar, por pressão do presidente, a norma técnica que recomenda a utilização do medicamento em estágios iniciais da doença, algo sem eficácia comprovada cientificamente, e ao tentar alterar a forma de divulgação dos números de casos e mortes. Diante disso, os estados assumiram as principais decisões de forma heterogênea.
O clima entre os servidores é de alívio com a provável saída de Pazuello, já que a relação com os vários militares que assumiram postos-chaves no ministério não é das melhores.
Até a indicação de Terra é vista como uma mudança favorável por se tratar de alguém da área de Saúde com quem dá ao menos para dialogar de maneira técnica, ao contrário do que ocorre com os militares que comanda o Ministério da Saúde.
Informações: Blog do Perônico/Veja – Foto: Secom