O procedimento para reconhecimento de refugiados no Brasil está passando por mudanças, conforme anunciou o governo brasileiro. A estratégia faz parte do plano adotado pelo Comitê Nacional para Refugiados (CONARE), o que já permitiu um salto de 7,7 mil refugiados reconhecidos para 46 mil.
Um total de 180 mil solicitações de refúgio, somente de imigrantes venezuelanos, está à espera de finalização no Brasil. O Estado de Roraima tem sido a principal porta de entrada dessa invasão migratória, por ser o único estado que faz fronteira terrestre com a Venezuela.
O grande fluxo imigratório tem refletido no aumento significativo da população roraimense, o que, por sua vez, tem afetado diretamente a qualidade e capacidade de atendimento dos serviços públicos.
Com uma população de pouco mais de 631 mil habitantes, estima-se que 10% dos moradores de Roraima sejam imigrantes, em sua grande maioria vindos da Venezuela.
O cientista político, Paulo Racoski, lembra que esse processo imigratório se intensificou a partir de 2015, quando a crise social e econômica se instalou de vez no país vizinho.
Assim, Roraima passou a sofrer com a crise humanitária, dado o grande fluxo de imigrantes que entraram no estado pela fronteira Santa Elena de Uairén/Pacaraima e pelos caminhos clandestinos no meio da mata.
O Brasil tem uma tradição de receber fluxos migratórios, por isso considerado por outros países como uma pátria acolhedora. Além disso, o país é signatário de tratados internacionais que o obriga a acolher com solidariedade os estrangeiros que buscam abrigo ou refúgio.
A Agência da ONU para Refugiados no Brasil (ACNUR) reconhece o número significativo de pedidos de refúgio ainda não atendidos e diz estar atuando com ações que visam minimizar o sofrimento dos imigrantes.
Atualmente, mais de nove mil imigrantes, alocados em em abrigos e áreas de invasão por todo o estado, são atendidos pela ACNUR.
Informações: Blog do Luiz Valério – Foto: Edinaldo Morais
