Professores cobram do Governo apoio tecnológico para aulas online

A direção do Sinter explicou que quando os professores estavam ministrando aulas presenciais, gastavam seus próprios recursos com a aquisição de material básico (Foto: Divulgação)

Desde que o ensino remoto se tornou a única opção para alunos e professores concluírem o ano letivo, diversas dificuldades estão sendo enfrentadas por ambas as partes. Em Roraima, a situação não é diferente, e por isso, profissionais da educação do estado estão reivindicando ao Governo por melhorias.

Diante disso, na manhã dessa quinta-feira, 04, a diretora-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Roraima (Sinter), Josefa Matos, informou que já formalizou, através do ofício 018/2021 datado no dia 11 de fevereiro, a reivindicação da categoria.

“A direção do Sinter aguarda uma resposta da secretária de educação, Leila Perussolo, sobre a reivindicação para que o Governo do Estado dê os suportes tecnológicos e estruturais aos professores que estão trabalhando em suas casas com as aulas remotas’, confirmou.

Josefa Matos disse que, pelo ofício, foi apresentada situação que estaria prejudicando os professores que estão dando aulas remotas e que caberia ao Governo ter dado uma solução já no ano passado. 

“Dependendo da reposta que vão nos repassar, vamos discutir com a direção e com os membros do Conselho de Representantes das Escolas para definirmos quais providências que iremos tomar enquanto categoria”, informou Josefa Matos.

A diretora Sinter falou que diante da indefinição do retorno das aulas presenciais em função da gravidade da pandemia do novo coronavírus, não teria como os professores continuarem arcando com todas as despesas relativas as aulas remotas sem qualquer ajuda ou responsabilidade por parte do Governo do Estado.

“A categoria está há seis anos sem reajuste salarial anual. O poder aquisitivo do trabalhador vem sendo reduzido substancialmente pela inflação, e essa redução agravou muito nos últimos 12 meses com o aumento de todos os preços de produtos e serviços”, disse a diretora do Sinter.

A diretora ainda explicou que quando os professores estavam ministrando aulas presenciais, gastavam seus próprios recursos com a aquisição de material básico necessário para suas atividades pedagógicas e com as aulas remotas essa prática continua existindo, entretanto agora com gastos extras como manutenção e uso de computador, internet, aparelhos celulares e outros suportes tecnológicos.

“Alguns professores, por não estarem em condições financeiras adequadas, estão trabalhando na base do improviso e com ajuda de terceiros. Mas, a responsabilidade de ofertar as condições de trabalho adequadas é do Governo do Estado através da Secretaria Estadual de Educação”, afirmou Josefa Matos.


OUTRO LADO – A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Educação e Desporto de Roraima, que se pronunciou por meio de nota. Confira na íntegra:

A Secretaria de Educação e Desporto informa que em 2020 após o início da pandemia, iniciou o planejamento de ações e estratégias a fim de subsidiar a oferta do ensino remoto na rede.

Entre as medidas adotadas estão a abertura de dois processos licitatórios, um deles para a contratação de um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), ou seja, uma plataforma educacional para que os professores possam ministrar as aulas utilizando uma ferramenta específica para o ensino remoto. O processo já foi licitado e encontra-se na fase de empenho, devendo ser respeitadas todas as etapas do processo, previsto em lei.

O outro processo destina-se à aquisição de dados patrocinados (internet) para atender estudantes e professores. Esse processo também já foi licitado e está aguardando liberação de orçamento.

A Seed esclarece que os processos licitatórios possuem ritos legais que são obrigatórios, que precisam ser cumpridos e que demandam tempo. A Seed vai continuar trabalhando para que o AVA e a internet estejam disponíveis para serem utilizados no ano letivo 2021, previsto para iniciar até o fim do mês de abril. 

Além disso, a Seed por meio da GTIC (Gerência de Tecnologia e Informação e Comunicação) promove cursos e oficinas permanentes a fim de orientar os professores e orientadores de tecnologia das escolas sobre o manuseio de ferramentas e aplicativos utilizados pelos docentes para a produção de conteúdo didático.

Destaca que está atenta às demandas da rede estadual de ensino e vem adotando todos os procedimentos cabíveis para o atendimento dos estudantes em período de pandemia da covid-19.

Informações: Folha de Boa Vista