Roraima é o estado que mais demora distribuir vacinas aos municípios, diz Fiocruz

A distribuição entre os municípios é feita pelo Governo do Estado (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Um boletim da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) revelou que Roraima é o estado que mais demora a distribuir doses de vacinas contra o coronavírus aos municípios. A Fiocruz destacou que essa demora pode ser atribuída às dificuldades de deslocamento das doses, e que o Governo Federal deve prover com recursos para auxiliar entraves do tipo. Porém, é sabido que a distribuição é feita pelo Governo do Estado de Roraima.

Segundo os dados do observatório de Covid-19 Fiocruz, de 19 janeiro até 9 de abril, só 9,5% da população de Roraima foi vacinada contra o coronavírus. Esse percentual está abaixo da média nacional de imunizados, de 12,44%.

Somente Mato Grosso (7,86%), Rondônia (8,55%), Maranhão (8,9%), Tocantins (9,11%) e Amapá (9,3%) apresentam coberturas vacinais menores.

“Com exceção de Roraima, os demais estados já repassaram mais de 80% das doses para os municípios. É importante disponibilizar recursos de logística a estados que apresentem dificuldade no repasse das doses”, cita o documento.

A instituição alertou que as atribuições do governo federal na aquisição dos imunizantes, a atribuição dos estados na distribuição das doses e a atribuição dos municípios na velocidade de aplicação “devem ser ajustados de forma síncrona seguindo as orientações do PNI [Programa Nacional de Imunização]”.

De acordo com o vacinômetro da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), 121 mil doses de vacinas contra o coronavírus foram distribuídas entre municípios e Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) de Roraima.

Entre elas, 38 mil já foram aplicadas em Boa Vista e outras 23 mil em territórios indígenas. Em contraste, o segundo município que mais vacinou contra a Covid-19 foi Rorainópolis, com 2,3 mil doses aplicadas.

LEITOS

Apesar de críticas à distribuição de vacinas, a Fiocruz reconheceu Roraima como o estado com menor taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Brasil, com porcentagem de 49%.

Mesmo assim, a taxa de mortes provocadas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), típica entre pacientes graves com Covid-19, ainda é considerada muito alta, com 9,1 casos para cada 100 mil.

“Entre os dias 29 de março e 5 de abril, as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS apresentaram reduções que merecem registro em Roraima (de 62% para 49%), Amapá (de 100% para 91%), Maranhão (de 88% para 80%), Paraíba (de 84% para 77%) e Rio Grande do Sul (de 95% para 90%). Assim, Roraima saiu da zona de alerta intermediário para fora da zona de alerta, e a Paraíba da zona de alerta crítico para a zona de alerta intermediário, juntando-se ao Amazonas (75%)”, ponderou o boletim.

CASOS

A incidência de casos de coronavírus em Roraima também tem diminuído ao longo das últimas semanas. A tendência de diagnósticos positivos para a doença reduziu em -2,9% na segunda metade de março. A tendência de mortalidade pelo vírus diminuiu 2,2%. De acordo com a Fiocruz, Roraima conta com taxa de contaminação de 35,7 para cada 100 mil habitantes.

Informações: Roraima em Tempo