
O novo meio de pagamento eletrônico do Brasil, o PIX, lançado oficialmente em outubro de 2020, tornou-se o queridinho de milhões de brasileiros. Mas, o que deveria facilitar a vida das pessoas agora também virou alvo dos golpistas, que tentam tirar proveito do desconhecimento dos consumidores usando falsos links enviados por e-mail ou pelo WhatsApp.
O golpe se inicia quando criminosos conseguem invadir o WhatsApp da vítima e ativam uma nova conta em outro celular para envio de mensagens. Assim, os golpistas pedem para a vítima acessar um link ou número da chave Pix para “confirmar a transação” e “concluir” a transferência.
O Procon Boa Vista alerta que a vulnerabilidade da transação é o grande problema desse novo tipo de serviço, porque trata-se de uma operação que permite transferências rápidas e gratuitas para pessoas físicas e de baixo custo para empresas, além de pagamentos ou recebimentos em menos de 10 segundos, usando apenas aplicativos de celular.
Nessa modalidade, estelionatários conseguem sacar ou movimentar a quantia desejada rapidamente, sem dar chance à vítima perceber que caiu no golpe ou pedir o cancelamento da operação.
A secretária executiva do Procon Boa Vista, Sabrina Tricot, alertou que esse tipo de transação, que não utiliza plataformas bancárias, torna mais difícil a rastreabilidade do dinheiro e, consequentemente, o ressarcimento. Mas, alguns bancos, em razão de suas políticas, em determinadas situações, podem ressarcir o valor.
“O consumidor deve conhecer muito bem o funcionamento do PIX e ter muita cautela antes de efetuar qualquer transação eletrônica. Uma dica é não acessar links de sites desconhecidos ou aplicativos supostamente associados aos PIX, sem que possuam uma plataforma exclusiva”, disse Sabrina.
A chave do PIX é o suficiente para concretizar uma transação. O WhatsApp é utilizado apenas para estabelecer a comunicação com a vítima, e o PIX permite as transferências de dinheiro de pessoas e empresas, fazer e receber pagamentos, usando os aplicativos de celular.
Sabrina também esclarece que, como a maior parte das transferências ocorre por, no máximo, dez segundos, o golpe se torna irreversível. “Os criminosos só precisam de 10 segundos para roubar os dados de suas vítimas. A orientação é recusar toda ligação que chega do próprio número de telefone e o caso relatado, imediatamente, aos contatos e amigos e, por fim, não esquecer de registrar um B.O. na delegacia mais próxima”, disse.
Outra medida importante é checar sempre a autenticidade do solicitante, antes de concluir a transação, para não cair em golpes, considerando que na maioria dos casos, os bancos se recusam a devolver o dinheiro, por entender que o próprio cliente “autorizou” a transferência.
“Orientamos que os consumidores tenham muito cuidado com as chaves PIX e que desconfiem de pedidos de atualização de dados ou informações sigilosas para confirmar qualquer transação, especialmente as que envolvam quantias”, disse a secretária.
Canais oficiais – O PROCON Boa Vista ressalta que as empresas não costumam divulgar seus comunicados em qualquer plataforma, e sim, por meio de canais oficiais já utilizados por clientes, como o App do celular, o internet banking ou terminal eletrônico da agência. Se algo “novo” aparecer, a dica é checar com a Instituição Financeira antes de tomar qualquer iniciativa.
Além disso, o consumidor deve tomar uma postura defensiva, criar hábito de verificação prévia de pedidos de pagamento e redobrar seus cuidados para não enviar informações pessoais e bancárias à terceiros.
O que a vítima deve fazer após constatar o golpe?
O primeiro procedimento a ser feito é entrar em contato, imediatamente, com a instituição financeira, que recebeu o pagamento. Caso a instituição não dê tratamento adequado à reclamação, deve entrar em contato com o Banco Central do Brasil, pelo telefone 145, para informar sobre o ocorrido e não esquecer de fazer Boletim de Ocorrência na Delegacia mais próxima.
“Cabe ao prestador de serviço de pagamento, no qual a chave Pix está cadastrada, a análise do problema para eventual ressarcimento, a exemplo do que ocorre em outras modalidades de fraudes bancárias”, comentou Sabrina Tricot.
O consumidor que necessitar obter mais informações ou tirar suas dúvidas, poderá solicitá-las pelo e-mail do Procon Municipal de Boa Vista, procon@boavista.gov.rr.br , no Portal do Cidadão da Prefeitura de Boa Vista http://portalcidadao.prefeitura.boavista.br/ ou pelos telefones: (95) 98400-4997, (95) 98400-5720, (95) 98400-3101 e (95) 98400-4627, no período das 8h às 14h.