A família de um idoso de 67 anos denunciou nesta quarta-feira (9) a demora por uma cirurgia no paciente que luta contra o câncer. Os familiares temem pelo agravamento da doença.
Ele veio da comunidade ribeirinha Sacaí, região do Baixo Rio Branco, município de Caracaraí, Sul de Roraima. Há três meses em Boa Vista, tem buscado pelo tratamento, mas em nenhuma das tentativas foi atendido na Clínica Especializada Coronel Mota e no Hospital Geral de Roraima (HGR).
“Procuramos todos os meios públicos para fazer a cirurgia do meu pai e não conseguimos. Buscamos médicos dos hospitais públicos e eles disseram que não tinha condição de fazer, não tinha material e entre outras justificativas. Sempre nos mandavam para hospitais privados”, denunciou o filho.
Após diversas tentativas, familiares e amigos se mobilizaram para realizar uma primeira cirurgia em clínicas particulares. “Conseguimos um exame completo e foi feita a primeira cirurgia no particular com o dinheiro que reunimos. No decorrer de tempo, ele continuou fazendo o tratamento, mas ainda pelo hospital particular”, relatou.
Mesmo com um dos procedimentos feitos, o caso do paciente é grave e, no fim de maio, foi constatado que ele precisa de uma nova cirurgia urgente na perna, onde está localizado o tumor.
“O médico falou que tem que ser urgente, porque o tumor é agressivo, está subindo, e se chegar a passar para os órgãos vai ficar incontrolável”, explicou o homem.
A segunda cirurgia foi avaliada em mais de R$ 15 mil. Com isso, a família voltou a recorrer à rede pública, mas segue sem assistência.
“Tentamos fazer pelo Estado, mas a fila é grande, e é um procedimento de urgência. Não podemos esperar! Minha irmã cuida dele aqui [em Boa Vista] e nós, os outros irmãos, continuamos no interior lutando para conseguir dinheiro para fazer a cirurgia”, lamentou.
CITADA
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) não respondeu os questionamentos sobre a demora nos atendimentos iniciais ao paciente, mas afirmou que devido à complexidade do caso a cirurgia será realizada em 60 dias.
“Após fazer a primeira consulta na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia de Roraima [Unacon], no dia 31 de maio de 2021, o paciente foi imediatamente colocado em fila cirúrgica”, explicou.
Informações: Roraima em Tempo
