O Ministério Público Federal (MPF) deve apresentar um parecer final do caso dos respiradores nos próximos 10 dias. É neste documento que o órgão vai opinar sobre o futuro do ex-secretário Francisco Monteiro e o ex-servidor Francisvaldo Paixão: condenação ou absolvição. O parecer só não ficou pronto nesta semana, porque uma nova ação foi aberta na Justiça Federal sobre o mesmo caso. A diferença é que o processado é o governador Antonio Denarium (sem partido), acusado em uma ação popular de improbidade administrativa. Será que a Justiça vai acatar os pedidos contra ele?
Não sabia
Na ação popular, um advogado questiona: será mesmo que Denarium não sabia da compra milionária dos respiradores? Monteiro só ficou na Secretaria de Saúde por decisão pessoal do governador, como mostram os inquéritos da Polícia Federal (PF). É que o senador Chico Rodrigues (DEM) é suspeito de pedir pela permanência de Monteiro, pois ele é apontado como responsável por ajudar nas compras fraudulentas. Por que, então, Denarium permitiu que ele ficasse na secretaria? Por que não tirou Monteiro quando foi alertado sobre as possíveis interferências ilegais? Denarium tem muito a explicar. Dizer que não sabia dos respiradores não foi uma alternativa inteligente.
O caos continua…
Parece que os problemas com falta de medicamentos e insumos na Secretaria de Saúde do Estado estão longe de acabar. Ontem uma grávida entrou em contato com a Redação para denunciar a falta de compressa para realização da cesárea. Além disso, ela informou que a equipe médica fez todo o processo preparatório para a cirurgia, mas na hora de fazer o procedimento tiveram que suspender por falta de material.
Mais denúncia
Anteriormente, o Roraima em Tempo recebeu denúncia de servidores com o mesmo motivo: falta de remédios, insumos e profissionais. Inclusive, uma paciente estava com a glicose em 36, a ponto de uma hipoglicemia, mas o teste foi feito com fita dos servidores porque no HGR não tinha. Outras dezenas de denúncias têm chegado à Redação nas últimas semanas.
Inspeção do MP
Ontem o Ministério inspecionou a Clínica Especializada Coronel Mota e constatou a falta de material, medicamentos e profissionais denunciadas por pacientes. Antes disso, o órgão já havia inspecionado a Maternidade depois de uma denúncia do pai de um recém-nascido que estava internado na UTI há sete dias por não ter especialista na unidade para fazer um exame específico na criança. O MP, então, cobrou a solução do problema e ainda solicitou lista dos profissionais da unidade e a escala.
Nega tudo
A Secretaria de Saúde do Estado, no entanto, nega tudo. Em todas as respostas enviadas ao jornal, afirmou que as denúncias não procedem. Além do mais, na última resposta a Secretaria informou que a Maternidade está abastecida. Quem está mentindo? Servidores e pacientes ou a Sesau?
Informações: Roraima em Tempo