Aliados de Denarium, vereadores já gastaram mais de R$ 3.2 milhões em verbas indenizatórias

Os vereadores de Boa Vista aliados do governador Antônio Denarium, gastaram, juntos, entre janeiro e novembro de 2021, mais de R$ 3.2 milhões em verbas indenizatórias. Esses recursos podem ser utilizados com serviços de contabilidade, consultoria e elaboração de projetos, pesquisas, assessoria jurídica, divulgação em geral, dentre outros.

Dos parlamentares comandados pelo Governo, Wan Kenoby, Sandro Denis, Melquisedek, Kleber, Ítalo, Gabriel Mota, Juliana, Aline Resende, Albuquerque e Nilson Bispo, apenas Julierry não justificou reembolso de qualquer quantia nos meses publicados na Transparência da Câmara.

Entre os meses de janeiro e setembro de 2021, o valor dessa verba para cada vereador era de R$ 28.300 mensais. A partir de outubro do ano passado, os próprios vereadores aumentaram esses recursos para R$ 35.000 mensais. Um ganho de quase 24%.

Seis desses vereadores: Wan Kenoby, Sandro Denis, Melquisedek, Kleber, Ítalo e Gabriel Mota gastaram em 11 meses exatamente a mesma quantia: R$ 324.700,00. Praticamente todos esses parlamentares justificaram gastos idênticos em vários meses, em um mesmo serviço.

Câmara oculta gastos de vereadores desde dezembro de 2021

Desde dezembro do ano passado até março deste ano, a Câmara deixou de publicar os gastos dos parlamentares. O site da transparência está há quatro meses desatualizado. Não é possível saber quantos reais do “cotão” os vereadores estão gastando por mês.

Veja quanto já gastou cada vereador:

Wan Kenoby: R$ 324.700,00

Sandro Denis: R$ 324.700,00

Melquisedek: R$ 324.700,00

Juluana Garcia: R$ 309.900,00

Albuquerque: R$ 324.300,00

Ítalo: R$ 324.700,00

Gabriel Mota: R$ 324.700,00

Nilson Bispo: R$ 323.847,00

Vereadores são acusados de segurar votação de projetos do Executivo

Vereadores ligados ao Governo do Estado são acusados de interferirem na votação de projetos encaminhados pela Prefeitura de Boa Vista. Recentemente, o Executivo precisou retirar cinco projetos que criavam gratificações, novas vagas para professores, mais cargos para cuidadores e a realização de concurso público na área da Educação.

De acordo com o prefeito de Boa Vista, Arthur Henrique, a decisão foi tomada a partir do momento em que alguns vereadores anunciaram que indicariam emendas inconstitucionais aos projetos, o que acabaria levando o assunto à Justiça.

“Vereador não pode fazer emenda que aumente gastos do Executivo. Isso precisa partir da prefeitura. É inconstitucional. Se os vereadores aprovam essas emendas, a Procuradoria seria obrigada a entrar na Justiça para resolver a situação, e isso prejudicaria muito a prefeitura e os profissionais de Educação”, falou Arthur durante entrevista a uma rádio da cidade na última sexta-feira.