Justiça proíbe marketeiro de Denarium de difundir vídeo com conteúdo preconceituoso contra LGBT

A Justiça Eleitoral proibiu o marketeiro Marcos Marques, o “Markinhos Show”, de divulgar um vídeo com conteúdo considerado preconceituoso, sob pena de multa de R$ 1,5 mil. O juiz Marcelo Lima de Oliveira assinou a liminar nessa terça-feira (16).

Os advogados da coligação Roraima Muito Melhor acionaram o Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR) e alegaram que o marketeiro produziu e divulgou um vídeo com preconceito envolvendo Teresa Surita (MDB) candidata ao Governo de Roraima e principal concorrente de Antonio Denarium, candidato à reeleição.

“distorcendo fatos veiculando preconceito a orientação sexual, identidade de gênero e crenças religiosas, com a finalidade precípua de levar o eleitor a não votar na candidata da coligação representante, Teresa Surita”, diz trecho do documento.

De acordo com os advogados da coligação, o marketeiro de Denarium também realizou publicação por meio do Twitter onde ofendeu a honra de Teresa.

Dessa forma, juiz considerou que as informações realmente contém discriminação e proibiu Markinhos de divulgar o vídeo.

“As manifestações são claras quanto à forma discriminatória em relação aos grupos de outra religião que não os “evangélicos” ou “cristãos”, assim como atinge aqueles que tem orientação sexual de grupos LGBTQI+, o que atenta, diretamente, contra o texto legal”.

Histórico

Markinhos Show veio para Roraima em 2018 como funcionário de uma empresa que fez o marketing da campanha de Antonio Denarium para governador.

Em dezembro de 2018, Denarium assumiu o Governo como interventor federal e o nomeou como secretário de Comunicação. O marketeiro ocupou o cargo até fevereiro de 2020.

Logo depois assumiu a Comunicação do Ministério da Saúde, na gestão do general Eduardo Pazuello. Onde teve a atuação bastante criticada durante a pandemia.

Dessa forma, a CPI da Covid investigou se as propagandas e as ações de marketing do Governo Federal ajudaram na omissão frente à pandemia.

De acordo com o requerimento da CPI, Pazuello era criticado por dar informações erradas e contraditórias, e por ter uma relação conflituosa com a imprensa.

Por isso, esperava-se que Markinhos, fosse capaz de melhorar a comunicação do ministério e de Pazuello. Então, ele ficou responsável por defender o general nas redes sociais das críticas.

Durante o colapso de saúde em Manaus, em janeiro de 2021, Markinhos declarou: “Com todos esses bilhões que foram para Manaus, não tiveram um centavo para montar uma fábrica de oxigênio em cada hospital?”.

E continuou: “Não sobrou um real para comprar um cilindro? Enfiaram todo esse dinheiro no c… A corrupção mata!”.

A CPI da Covid pediu a quebra de sigilo telefônico e de e-mail do marketeiro. Contudo, posteriormente ele solicitou a suspensão ao alegar que não havia motivos para isso. Afirmou ainda que que inexistia suspeitas de atos ilegais praticados por ele.

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Faradilson

O ex-servidor da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) Faradilson Mesquita também teve que retirar o mesmo vídeo da internet.

Conforme a coligação Roraima Muito Melhor, Faradilson produziu, assim como divulgou vídeo em suas redes sociais e distorceu fatos com o intuito de prejudicar a candidata do MDB.

Assim, a juiza Joana Sarmento deferiu a liminar. Além disso, estipulou multa de R$ 1,5 mil a cada dia de descumprimento.

Informações: Roraima em Tempo