A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde (MS), realizou 162 testes para coronavírus durante atendimento aos indígenas da Terra Yanomami em Roraima. A região tem aproximadamente 28 mil habitantes. A Pasta alega não ter detectado caso positivo da doença.
O balanço foi apresentado neste domingo (5) e faz parte da Operação Covid-19, desenvolvida pelo Governo Federal, com intuito de proteger a população da doença e evitar que saiam das aldeias.
De acordo com os dados, foram enviadas quatro toneladas de insumos médicos, cestas de alimentos, além de equipe de saúde de diversas instituições do Ministério da Defesa. A ‘Missão Yanomami’ foi anunciada no dia 29 de junho, quando 21 profissionais desembarcaram em Roraima.
No total, a Sesai afirma ter realizado 600 atendimentos médicos. Entre as especialidades estavam ginecologia, pediatria e infectologia. As consultas foram feitas na Área dos Pólos Base do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei-Y), que compreende aldeias e comunidades próximas aos pelotões de fronteira do Exército.
A Sesai informou ainda que enviou medicamentos, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e testes para identificar o vírus no organismo dos indígenas. “No total, foram realizadas 162 análises para Covid-19 e todas deram negativo”, reforçou o órgão.
Conforme o secretário de Saúde Indígena, Robson Santos Silva, a ação tem apoio do Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL), Ministérios da Defesa, Saúde, Funai, Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Agora, a missão segue para comunidades do Dsei-Leste de Roraima, onde vivem 52 mil indígenas de sete etnias.
DIVERGÊNCIA
Os números apresentados entram em rota de colisão com o levantamento da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), que mostra que o estado registrou 378 casos confirmados e 41 mortes por coronavírus entre os povos indígenas até o dia 30 de junho, entre eles seis mortos da etnia Yanomami.
No dia 9 de abril, o primeiro indígena a morrer no estado era Yanomami. Ele morava na comunidade Rehebe, Polo Base Uraricoera, localizada no município de Alto Alegre. O acesso ao local ocorre apenas por barco ou avião.
Em visita ao estado, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, declarou que a pandemia não afeta as comunidades indígenas de Roraima. “No máximo dois relatos de aldeias longínquas”, declarou.
Na avaliação do coordenador do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Enock Taurepang, o ministro mentiu para não assumir responsabilidades. Enock também não descartou a possibilidade de omissão de dados.
Informações: Roraima em Tempo – Foto: Sesai/MS