Boa Vista reduz em 61% número de fumantes passivos no ambiente de trabalho

O percentual de fumantes passivos no local de trabalho, aqueles que inalam a fumaça por conviverem com quem fuma, é o menor em dez anos em Boa Vista. A capital teve uma queda de 61% no percentual de fumantes passivos que passou de 15,9% em 2009, para 6,2% em 2018. Os dados foram divulgados na última semana pelo Ministério da Saúde.

O levantamento integra a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). A pesquisa foi feita por telefone nas 26 capitais e Distrito Federal e em Roraima contou com mais de 2 mil entrevistas.

Os dados apontam uma redução significativa nos percentuais de fumantes passivos no local de trabalho entre os homens e mulheres. Em 2009, mulheres representavam 10%, passando para 4% em 2018. Já entre os homens o percentual era de 21% e reduziu para 9%.

A frequência de fumantes passivos no local de trabalho variou entre 4,1% em Vitória e 10,2% em Rio Branco. Entre os homens, as maiores frequências foram observadas em Rio Branco (15,5%), Recife (15,2%) e Teresina (14,5%) e, entre as mulheres, em Belo Horizonte (6,4%), no Distrito Federal (5,9%) e em Rio Branco (5,4%).

As menores frequências entre os homens foram observadas em Vitória (5,9%), Florianópolis (6,2%) e Manaus (7,0%). Já para o sexo feminino, as menores frequências ocorreram em Palmas (1,9%), Fortaleza e Vitória (2,5%)

Na média nacional, a frequência de fumantes passivos no local de trabalho foi de 6,8%, sendo bem maior entre os homens (10,3%) do que entre as mulheres (3,9%). Em ambos os sexos a frequência foi menor entre os indivíduos com mais de 65 anos.

O índice de fumantes passivos nos domicílios também sofreu uma redução em 2018, com 7,2% da população, enquanto que no ano anterior a pesquisa registrou 8,2%. A frequência de fumantes passivos nos domicílios variou entre 4,7% em Palmas e 12,2% em Rio Branco.

No conjunto das 27 cidades, a frequência de fumantes passivos no domicílio foi de 7,6%, sendo semelhante entre homens e mulheres. Em ambos os sexos, a frequência dessa condição foi maior na faixa etária de 18 a 24 anos e estrato de 9 a 11 anos de escolaridade.

FREQUÊNCIA DO CONSUMO

O número de indivíduos que declararam fumar 20 ou mais cigarros por dia variou entre 0,4% em Macapá e 5,3% em Porto Alegre. Manaus e Boa Vista ficam em segundo e terceiro lugar nas cidades que registraram os menores índices, com 0,8% e 1,1% respectivamente.

Entre os homens, as maiores frequências foram observadas em Porto Alegre (8,5%), Goiânia (6,1%) e Maceió (5,2%) e, entre as mulheres, no Rio de Janeiro (3,1%), em Porto Alegre (2,7%) e em São Paulo (2,4%).

As menores frequências do consumo intenso de cigarros, entre os homens, foram observadas em Macapá (0,7%), São Luís (1,0%) e Boa Vista (1,2%). Entre as mulheres, as menores frequências ocorreram em Manaus (0,0%), Macapá e São Luís (0,1%).

No total da população, a frequência de adultos que declararam fumar 20 ou mais cigarros por dia foi de 2,4%, sendo duas vezes maior no sexo masculino (3,4%) do que no sexo feminino (1,6%). Para o total da população e em ambos os sexos, essa prevalência diminuiu fortemente com o aumento do nível de escolaridade.

TABAGISMO

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tabagismo é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco.

No Brasil, a forma predominante do uso do tabaco é o fumado e em qualquer uma das suas formas causa até 90% de todos os cânceres de pulmão e é um fator de risco significativo para acidentes vasculares e ataques cardíacos mortais.

Os produtos de tabaco matam seis em cada dez consumidores. Todos os anos sete milhões de mortes são causadas pelo tabagismo, e há um custo global em saúde e perda de produtividade para os governos de 1,4 trilhões de dólares..

No Brasil, 428 pessoas morrem por dia por causa da dependência a nicotina. 56,9 bilhões de reais são perdidos a cada ano devido a despesas médicas e perda de produtividade, e 156.216 mortes anuais poderiam ser evitadas. O maior peso é dado pelo câncer, doença cardíaca e doença pulmonar obstrutiva crônica.

Das mortes anuais causadas pelo uso do tabaco: 34.999 mortes correspondem a doenças cardíacas; 31.120 mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica; 26.651 por outros cânceres; 23.762 por câncer de pulmão; 17.972 mortes por tabagismo passivo; 10.900 por pneumonia; 10.812 por acidente vascular cerebral (AVC).

Informações – Roraima em Tempo – Foto – Divulgação