Abraços, dancinha e muito carinho. É assim que os alunos são recebidos nas escolas municipais de Boa Vista, a capital da primeira infância. Alguns professores adotaram essa recepção calorosa para transformar a sala de aula em um ambiente ainda mais favorável ao aprendizado.
A interação funciona assim: antes de entrar na sala, cada aluno escolhe como quer cumprimentar os seus mestres, com um abraço, um toque de mão, ou uma dancinha animada. Os estudantes decidem o cumprimento a partir de desenhos colados na entrada da sala de aula como coração, mãos ou notas musicais.
A ideia dos professores foi inspirada em um vídeo norte-americano que repercutiu nas redes sociais e muitos no Brasil tem replicado a iniciativa. Aqui em Boa Vista a interação também “viralizou” na internet.
Por trás da cena fofa existe um trabalho pedagógico. A ação faz com que a criança se sinta mais acolhida em sala de aula e quando tratado com afeto o aluno tem mais chance de se desenvolver emocional e intelectualmente, o que melhora o processo de aprendizagem.
Três professoras da rede municipal estão servindo de inspiração para os demais. É o caso da Danielle Varjão, do 1º período A, da Escola Municipal Newton Tavares; A arte-educadora Kelly de Melo, da Escola Municipal Jânio da Silva Quadros e Hellen Santana, do 2º Ano A, da Escola Laucides Inácio Oliveira.Danielle é daquelas que gosta de dinamizar o seu trabalho, inclusive, aplica diversas técnicas de receptividade em sala de aula e adotou mais esta.
“Eu procuro vídeos, técnicas novas para aplicar de uma maneira natural e fazer com que as crianças gostem do espaço escolar. Eu recebi o vídeo, gostei muito da ideia. Isso acaba estimulando uma boa recepção e um momento agradável entre eles”, declarou.Já na Escola Municipal Jânio da Silva Quadros, quem está fazendo a diferença é a professora de artes, Kelly de Melo, que viu na iniciativa uma forma de trabalhar os sentimentos e as emoções das crianças. Inclusive, o vídeo dela recepcionando seus alunos viralizou nas redes sociais e já tem 2,4 mil visualizações. (Confira aqui o vídeo).
“Percebemos a necessidade das crianças em transmitir sentimentos, porque a percepção de emoções é o primeiro passo para a construção de habilidades sociais. Através das figuras podemos retribuir e saber o que as crianças sentem no momento. Até pelo alto índice de alunos que não têm a família completa, ou vive só com a mãe, só com o pai, ou com a avó. Vemos a carência delas em receber um abraço, em saber o poder do ‘eu te amo”, declarou.