A balsa do Passarão, que faz a travessia do rio Uraricoera, está há 10 dias sem funcionar e prejudica as 13 comunidades do Baixo São Marcos, zona Rural de Boa Vista.
É o que relata um morador que preferiu não se identificar. Ele mora há 55 anos na comunidade Darora e afirma que a balsa serve não só para comercialização, mas também para a saúde. “[A balsa serve] muitas vezes para as compras, para as comunidades que produzem, para fazer escoamento dos produtos e também a questão da saúde. É um coisa que é de suma importância que não hora, não tem dia, não tem noite”, ressaltou.
Durante esse período, o morador contou que aqueles que usam a balsa com frequência precisam que pagar balsas pequenas e canoas para se deslocar. “A gente paga a balsa para atravessar, as canoas que ficam atravessando. Mas todos pagam. Não é de graça […] tem até professores que dão aula à noite e utilizam essa balsa. Então vários funcionários estão utilizando essa balsa que é de muita serventia para o pessoal que trabalha à noite nas escolas”, contou.
O morador fez um apelo para que o Governo do Estado resolva a situação o mais breve possível. “Precisamos que o Governo venha olhar com carinho, atender a população indígena também desse lado. Não só essas 13 comunidades, tem o município de Uiramutã, Bonfim e até mesmo Normandia passam por aqui também. Então que o Governo venha olhar esse lado. Nós estamos precisando”, disse.
Outro lado
Em nota, a Secretaria de Estado dos Povos Indígenas informou que a balsa atualmente utilizada na região está inoperante. E para suprir a população do Baixo São Marcos, foram acionados o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil para realizarem, de forma emergencial, a travessia dos moradores em embarcações de ambos os órgãos.
A pasta ressaltou que já foi feito o contrato de aluguel de uma balsa para operar temporariamente na passagem, que deve começar a funcionar nas próximas semanas.
Por fim, a Secretaria disse que está em execução a contratação emergencial de uma nova balsa parar operar no trecho fluvial, atendendo a população do Polo Produtivo Passarão e das comunidades indígenas próximas.
Fonte: Rádio 93 FM