Concurso cita deputada de RR suspeita de desvio de R$ 70 mi da Educação do Estado

Questão da prova do concurso público para assistente administrativo da UFRR cita a deputada estadual Ione Pedroso (Solidariedade)
Questão da prova do concurso público para assistente administrativo da UFRR cita a deputada estadual Ione Pedroso (Solidariedade)

Uma questão na prova do concurso público da Universidade Federal de Roraima (UFRR) envolvendo a deputada estadual Ione Pedroso (Solidariedade) viralizou nas redes sociais. A banca elaborou uma pergunta que propõe ao candidato responder pelo envolvimento da parlamentar no desvio de R$ 70 milhões dos cofres da Educação do estado.

A pergunta viralizou nas redes sociais cita a deputada estadual Ione Pedroso (SOLIDARIEDADE), presa na Operação Zaragata, da Polícia Federal em dezembro de 2019.

Ione Pedroso foi presa na Operação Zaragata em dezembro de 2019, pela Polícia Federal, por suspeita de participar de uma organização que desviou R$ 70 milhões dos cofres da Educação estadual, conforme as investigações.

A questão trazia o seguinte enunciado:

Uma deputada estadual de Roraima que tomou posse em 2019, por força de uma liminar do Juiz Helder Girão, foi acusada de desviar R$ 70 milhões do transporte escolar em Roraima. Pergunta-se: qual seu nome e seu partido?”.

Das cinco alternativas, a resposta correta era o nome da deputada. A formulação da pergunta levou a deputada Ione Pedroso a interpelar administrativamente a universidade, pedindo a anulação da questão do concurso.

A deputada não quis gravar entrevista, mas, em nota, a assessoria jurídica da parlamentar considerou o conteúdo calunioso e difamatório, e pediu a apuração e punição das pessoas responsáveis pela execução.

Conforme a nota, o quesito afronta o direito das pessoas inscritas no concurso que formulou questão controversa e mentirosa, incompatível com o caráter objetivo do certame.

A defesa alega ainda que a parlamentar já disponibilizou para a Justiça as provas que comprovam sua inocência e se diz perplexa com a banca do concurso que utilizou notícias falsas para embasar uma questão.

Procurada, a Universidade Federal de Roraima informou que a banca examinadora do concurso não ira se pronunciar sobre o assunto.

Há mais de 15 anos lecionando em cursos preparatórios para concursos públicos, o professor e advogado João Catalano disse que a questão é pertinente.

“Não é questionável porque o edital é bem claro, cobrando o contexto atual do estado de Roraima, bem como do Brasil. É uma questão pertinente e a banca foi bem tranquila porque ela não imputo e não afirmou em nenhum momento que a nossa deputada cometeu o crime”, explica o professor e advogado.

Catalano ressalta ainda ser importante os candidatos a concursos ficarem atentos às informações notificadas em veículos de comunicação no dia a dia.

“Foi relevante a pergunta no âmbito da universidade, porque a gente tem que ver que esses jovens serão os nossos futuros advogados, serão os nossos futuros médicos, professores e é importante cobrar o contexto da sociedade roraimense atual”, justifica.

Informações: G1 Roraima