O Sindicato dos Profissionais de Enfermagem (Sindprer) avalia paralisar as atividades na próxima quarta-feira (20) devido às condições de trabalho dentro das unidades. A informação foi confirmada pela entidade ao Roraima em Tempo.
Conforme o presidente, Melquizedek Menezes, há um “descaso total” na Saúde Pública. “O trabalhador não tem direito a nada, somente morrer. Morrer da forma mais indigna que existe. Se está acontecendo isso com os profissionais, imagine [com] os pacientes”, relatou.
Menezes destacou que não há planejamento para que a situação precária, agravada pela pandemia, seja resolvida. De acordo com ele, são mais de 250 enfermeiros contaminados pela doença, com um na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Um profissional morreu nesse domingo (17).
“Tem muitos outros com sintomas e não fizeram teste porque não é ofertado. Vão trabalhar e atendem pacientes que apresentam imunidade baixa. Não temos EPIs [Equipamento de Proteção Individual]. É uma paralisação de alerta, queremos que o governador [Antonio Denarium] cumpra o que foi prometido”, criticou.
GREVE
No ano passado, a categoria entrou em greve geral por 41 dias para solicitar aprovação do Plano de Cargos, Carreia e Remuneração (PCCR) e melhoria nas condições de trabalho. A suspensão acabou após o Governo de Roraima garantir o cumprimento das reivindicações.
“Lutamos por valorização. O governo vai às mídias e fala que está tudo bem, que o profissional é valorizado… Isso é uma afronta! Desrespeito e falta de humanidade! Isso é um ato de indagação e revolta”, prosseguiu. Menezes destacou que passados 120 depois da greve, nenhuma ação foi tomada.
No Hospital Geral de Roraima (HGR), referência nos atendimento aos pacientes com Covid-19, servidores e profissionais denunciam a falta de filtros nos respiradores, assim como não há jalecos descartáveis no Hospital das Clínicas e estrutura adequada no Hospital de Campanha Canarinho.
“Os profissionais estão desgastados física e psicologicamente. Já notificamos todos os órgaõs e Poderes, porque são leis que são desrespeitadas, mas sequer ouviram. Seria mais decente da parte do Governo resolver nossa situação. São vidas que estão sendo ceifadas”, afirmou.
Melquizedek destacou que todos os 10 leitos UTI destinados para pacientes infectados estão ocupados. A situação também foi denunciada pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), que classificou a situação como “colapso na saúde”.
Informações: Roraima em Tempo