Sem a cassação de Denarium, o TSE corre o risco de autorizar a compra de votos.

Quem é de Roraima sabe que a eleição de 2022 foi vencida por meio de uma operação extremamente bem estruturada de compra de votos.

Os processos em pauta no TSE representam apenas uma pequena parte do que foi a compra de votos mais bem organizada da história do estado. Os processos envolvem apenas os fatos mais fáceis de provar, mas, na realidade, uma verdadeira operação de distribuição foi realizada. Através de pesquisas falsas, identificavam-se os eleitores que votavam em Teresa Surita e, se a resposta mostrasse que o eleitor era contrário ao governador, valores que variavam de R$1.000,00 a R$4.000,00 eram oferecidos em troca do voto.

Hoje, a mesma rede de cabos eleitorais, com listas de nomes, está reproduzindo o mesmo modelo de compra de votos.

O que mudou em 2024 foram os valores ofertados, que foram reajustados. Agora, a pesquisa procura identificar eleitores do prefeito Arthur Henrique para oferecer dinheiro em troca do voto para a candidata Catarina Guerra, pupila de Denarium.

O problema é que o povo de Roraima parece aceitar receber dinheiro em troca de votos. Se é que se pode chamar de honesto quem vende seu voto.

Se o problema é a necessidade econômica causada pela falência do estado, faria sentido receber o dinheiro como doação e não votar? Afinal, esse recurso vem de desvios e serviços públicos não prestados.

A cada dia em que o governador comprador de votos permanece no cargo, mais candidatos sem representatividade têm a chance de vencer as eleições em Roraima. Manter esse criminoso no cargo é autorizar o crime eleitoral. Então, se é para aprovar a compra de votos em última instância , por que gastar tanto dinheiro com sistemas e estruturas eleitorais se, no fim, o voto é decidido pelo coronel de terras e a força do dinheiro?

Além disso, como podemos ter coragem de criticar a Venezuela de Maduro se, aqui na fronteira com a Venezuela, a eleição também é manipulada sem pudor e com a  miopia seletiva das instituições?

A imprensa nacional deveria olhar mais atentamente ao que acontece por aqui pois o mundo observa atentamente e percebe que a preocupação com genocídio Yanomami e desmatamento são apenas da boca pra fora, já que quando podemos remover os causadores destes crimes do poder fazemos vista grossa.