Após 20 anos da posse de primeiro concurso, Polícia Civil de Roraima tem mais de 950 cargos vagos

Após 20 anos da posse de primeiro concurso, Polícia Civil de Roraima tem mais de 950 cargos vagos
Cidade da Polícia Civil – Divulgação/PCRR

Um relatório enviado pelo Ministério Público de Roraima (MPRR) à Procuradoria Geral do Estado apontou que, atualmente, a Polícia Civil do Estado possui um total de 952 cargos vagos.

O concurso público realizado no ano passado previa apenas 175 novas vagas, número considerado insuficiente para a atual demanda da corporação.

O atual concurso é um extensão do certame anunciado em 2017 pela então governadora Suely Campos, só que com um número de vagas menor e sem cadastro de reserva. Por conta disso, uma comissão de candidatos aprovados no Concurso da Polícia Civil reivindicam a criação de um cadastro reserva para o certame.

Rick Silva, que é representante da comissão, explica que nos últimos 20 anos, a população do Estado aumentou em 150%, enquanto o efetivo de policiais civis diminuiu, o que exigiria um número maior de vagas.

“O último concurso da Polícia Civil de Roraima foi no ano de 2003. Ou seja, há 20 anos. E como já dito, a população de Roraima teve um aumento de 650%. Em contrapartida, o efetivo da Polícia Civil de Roraima se encontra um déficit de 60%”, contou.

Ele cita ainda que recentemente o Governo do Estado adquiriu cerca de mil novas pistolas. No entanto, o número de agentes em pleno serviço é pouco mais de 700.

“A única conclusão é de que essa atribuição certamente ficará a cargo dos novos policiais civis que ingressarão com o atual concurso em andamento. Isso porque fora criado em 2022 o segundo concurso para os cargos da Polícia Civil. No entanto, o atual concurso em andamento prevê apenas 175 vagas para os cargos da Polícia Civil […] já vimos aí algo totalmente incoerente”, disse.

Cadastro de reserva no concurso da Polícia Civil

Vale destacar que em abril, o Ministério Público de Roraima (MPRR) se manifestou favorável à criação de cadastro reserva.

Rick Silva relata que a medida também traria economia aos cofres públicos, já que evitaria a criação de um novo concurso nos próximos anos.

“Se o Estado quiser, ele poderá convocar e custear esses novos policiais com recursos que sobrarão dos policiais que deixaram o quadro de efetivos. Por exemplo, um policial se aposenta, três novos podem fortalecer a polícia. É vantajoso politicamente e para a sociedade essa revogação dos itens dos editais? Sim. O Ministério Público de Roraima, que é o órgão de controle externo da Polícia Civil não só apoia o pleito, como já requereu a revogação das referidas cláusulas dos editais no processo de execução. Não haveria necessidade da criação de um novo concurso público durante a validade do certame”, explicou.

O único concurso da Polícia Civil desde a criação da categoria aconteceu em 2003. Em 2017, o Governo do Estado anunciou um novo certame, que posteriormente foi cancelado pela gestão de Antonio Denarium (PP).

Fonte: FM 93