MPRR realiza audiências extrajudiciais através de projeto que reduz acúmulo de processos criminais na Justiça

MPRR realiza audiências extrajudiciais através de projeto que reduz acúmulo de processos criminais na Justiça
Foto: Divulgação MPRR

O Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) iniciou na quinta-feira, (10) as audiências extrajudiciais, por meio da Central de Acordo de Não Persecução Penal, localizada no Centro de Treinamento e Apoio Operacional (CETAO) do órgão.

Entenda como funciona o projeto do MPRR


Conforme o MPRR, ocorreu diversos acordos. O instrumento é um acordo extrajudicial firmado entre o MPRR e o investigado. Nele, o MP deixa de propor a ação penal mediante o cumprimento de condições por parte do investigado. como por exemplo: reparar o dano causado à vítima, ou então restituir a coisa subtraída ou danificada, prestar serviço à comunidade, pagar uma prestação pecuniária, entre outras medidas.

Assim, a pessoa investigada não é obrigada a aceitar o acordo. Contudo, se o fizer, precisa preencher alguns requisitos: ser primário e sem antecedentes criminais, confessar a prática do delito que não pode ser praticado com violência ou grave ameaça e a pena mínima prevista tem de ser inferior a 04 anos de reclusão, ou seja, crimes com menor gravidade, como embriaguez ao volante, dano e receptação, por exemplo.

Do mesmo modo, ocorreu a análise dos casos que se encaixavam dentro do formato. As Promotorias de  Justiça criminais do Ministério Público de Roraima (MPRR) enviou para a Central de Acordo de Não Persecução Penal (CANPP).

DLF teve a prisão em flagrante por conduzir a moto embriagado. Acompanhado de um defensor público, o investigado confessou o crime e assinou o acordo com o Ministério Público. Logo, ele vai prestar serviços comunitários por 3 meses. E, se tudo ocorrer dentro do previsto, a investigação vai ser extinta, o trabalhador não correrá o risco de ser condenado à prisão e continuará com a ficha limpa. “Tomei esse susto para aprender a não fazer mais, foi um alívio”, desabafou DLF.

Importância da ferramenta

Para o defensor público, Ronnie Garcia, o Acordo de Não Persecução Penal é uma ferramenta importante para levar celeridade à justiça. “As partes saem vencedoras porque conseguem resolver uma situação que poderia durar vários anos na justiça, aqui se resolve a questão em minutos”, constatou o defensor.

Além disso, os Acordos de Não Persecução Penal firmados pelo MPRR serão encaminhados para homologação do Judiciário. A princípio, as audiências estão previstas para ocorrer todas as sextas-feiras, com probabilidade de ampliação também para as quintas-feiras e com a previsão de celebração de 10 a 15 acordos por dia. A próxima rodada de audiências na Central deve acontecer no próximo dia 18 de agosto.

Para o Procurador-Geral de Justiça, Fábio Bastos Stica, esse projeto terá impacto relevante para a sociedade. “A Central de Acordo de Não Persecução era um projeto do MP que vinha sendo preparado há algum tempo. E, finalmente, pudemos iniciar os trabalhos que muito contribuirão para a celeridade processual, dando uma resposta rápida e efetiva para a sociedade. Especialmente, para as vítimas que poderão, em alguns casos, receber a reparação de danos que sofreram. Acredito que o ANPP- Acordo de Não Persecução Penal, tem maior impacto para as vítimas, pois diminui os prejuízos causados”, afirmou o PGJ. 

Fonte: Da Redação