Estiagem: Rio Branco atinge -28cm e registra segundo menor nível da história

Estiagem: Rio Branco atinge -28cm e registra segundo menor nível da história
Foto: Foto: Henrique Leite/SGB/Núcleo de Apoio de Roraima)

O Rio Branco, principal rio de Roraima, segue em processo de vazante e, na sexta-feira (15), atingiu a marca de -28 cm na capital.

Este é o 2º menor nível da história, conforme indicado pelo 11º Boletim de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Amazonas divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). O recorde foi em 2016, quando a cota ficou em -56,5 cm.

“A tendência é que o rio ainda recue nos próximos dias, antes de iniciar o processo de enchente”, explica a pesquisadora em geociências do SGB Jussara Cury. Ela observa que, na Bacia do Rio Branco, desde 2023 as chuvas estão abaixo do normal e, por essa razão, não houve uma cheia significativa. Com a chegada do período da estiagem, entre fevereiro e março, os níveis se reduziram ainda mais.

Contudo, apesar das elevações recentes, os níveis também estão abaixo da faixa da normalidade nos municípios de Itacoatiara (AM), Parintins (AM) e Óbidos (PA), na Bacia do Rio Amazonas. Assim, últimas cotas observadas foram: 9,57 m, 4,81 m e 4,37 m, respectivamente.

Estiagem em Roraima

A crise hídrica no Estado já reduziu a produção de água potável nos 94 poços artesianos. Segundo o gerente do Sistema de Água da Companhia de Água e Esgotos (Caer), Paulo Anderson Amorim, o rio Branco representa a principal fonte de abastecimento de Boa Vista, por isso, a baixa contínua é preocupante.

Além disso, a população tem sofrido com as queimadas. Há registros de incêndios em diversas áreas de mata do estado. O fogo também tem tomado conta de plantações e destruído lavouras.

No dia 24 de fevereiro, o Governo de Roraima decretou situação de emergência por conta da estiagem. Contudo, já existia um plano de contingenciamento enviado pelo Conselho Estadual das Cidades, para antecipar ações em possível piora de seca no estado. No entanto, somente após denúncias de casos graves de queimadas e cobranças da própria população é que ocorreu posicionamento do Governo e assinatura do decreto.

Já no último dia 7, o Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBM-RR) proibiu os bombeiros de divulgar imagens e vídeos das operações de combate aos incêndios florestais e outras ações da corporação. A justificava, segundo a corporação é para “evitar equívocos de interpretação’.

Fonte: Da Redação