Após pedir explicações sobre retirada da ponte de embarque do Aeroporto de Boa Vista, DPE visita obras no local

Após pedir explicações sobre retirada da ponte de embarque do Aeroporto de Boa Vista, DPE visita obras no local
Foto: Reprodução

O Defensor Público-Geral do Estado de Roraima, Oleno Matos disse que a Defensoria Pública (DPE-RR) vai visitar as obras do Aeroporto Internacional de Boa Vista, após a retirada da ponte de embarque que dá acesso às aeronaves. O assunto foi abordado durante entrevista concedida ao jornalista Bruno Perez no programa Rádio Verdade da 93 FM, nesta sexta-feira (7).

Oleno classificou a retirada da ponte de embarque como prejudicial à população.

“Todos ficaram a mercê da situação. Quando você embarca em um temporal, você embarca ‘ensopado’ pois o deslocamento da área de embarque até o avião é suficiente para que o passageiro tome uma chuva grande. Além disso, o desembarque é pior. Após as reclamações e apelos da população, a Defensoria fez um ofício requisitório e solicitou da empresa [Vinci Airports] informações da garantia de acessibilidade”, explicou.

O defensor disse que a empresa respondeu, contudo, a resposta não foi suficiente. “Eles apresentaram uma resposta, no entanto, ao nosso entendimento, não é suficiente. Precisamos de mais esclarecimentos.”

Entenda

A população reclamou sobre a retirada da ponte de embarque que dá às pessoas com deficiência, idosos e grávidas, por exemplo. Além disso, o Conselho da Pessoa com Deficiência recebeu denúncias sobre o caso. Por isso, a DPE solicitou da empresa da Vinci Airports, gestora do Aeroporto Internacional de Boa Vista as explicações.

O documento foi assinado pelas defensoras públicas Paula Oliveira e Geana Oliveira, bem como pelos defensores Wagner Santos e Januário Lacerda. O Grupo de Atuação Especial (Gaed), que deu o prazo de 10 dias úteis para resposta do aeroporto.

A Vinci Airports chegou a se manifestar sobre o assunto à imprensa e disse que adquiriu um equipamento que funciona como um elevador para acesso a aeronaves, chamado de ambulift, com capacidade para transportar até cinco passageiros ao mesmo tempo. No entanto, a empresa não disse se iria repor a ponte de embarque para que as pessoas possam embarcar com segurança e também se proteger da chuva.

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A visita técnica da DPE

O defensor afirmou que a solução é o diálogo, por isso solicitou da Vinci Airports, gestora do Aeroporto a visita técnica da DPE no local.

“O que a gente quer é o diálogo. Para isso, pedimos a permissão de uma visita técnica por parte da Defensoria. Dessa forma, atendendo ao seu pedido [Bruno], vamos também convocar a Comissão de Direito da Pessoa com Deficiência da Câmara de Boa Vista e também da Comissão da Assembleia Legislativa para que possa fazer a visita”, explicou.

Garantia dos direitos e cobranças da DPE

Oleno também disse que a proposta é que o direito da pessoa com deficiência se cumpra, bem como de todo o roraimense que necessita da ponte aérea.

“É necessário que a gente tome alguma atitude para a garantia desses direitos. Não somente da pessoa com deficiência, mas de todo o roraimense que precisa se deslocar. A alegação da empresa é que com a mudança da pista, ficou muito próximo a aeronave da área de embarque e desembarque. No entanto, sabemos que existem vários modelos de fingers, por exemplo, o sanfona em Recife. Ou seja, existem modelos para adaptações para que os aviões encostem ali”, ressaltou.

Durante a entrevista, o defensor citou a entrega da obra parcial do Aeroporto. “Como chegou a esse ponto da obra ser entregue parcialmente? Pois passou por várias autoridades, como a Anac. Então, a gente não pode aceitar isso”.

Preço das passagens

Do mesmo modo, Oleno Matos comentou sobre o alto valor das passagens áreas para Roraima e a malha área feita na região Norte.

“São duas questões que merecem mais atenção e merecem apuração dos órgãos de fiscalização, que é a questão dos preços das passagens e o desrespeito com a malha área da região Norte. Hoje por exemplo, se você quiser ir pra Rondônia, você tem que sair de Roraima para Brasília e então, voltar para Rondônia. É inadmissível, pois sabemos as dificuldades que temos na região Norte e não conseguimos ir de barco ou pela estraga, no entanto, ninguém observa isso”, finalizou.

Fonte: Da Redação