Família da mulher que perdeu o bebê na Maternidade e morreu em seguida vai entrar na Justiça

Família da mulher que perdeu o bebê na Maternidade e morreu em seguida vai entrar na Justiça
Foto: Arquivo

O Ministério Público de Roraima e a Polícia Civil investigam a morte de Carmem Elisa Emiliano Silva e do bebê que morreu na Maternidade Nossa Senhora de Nazareth. A mulher morreu no Hospital Geral de Roraima no dia 21 de setembro após ter sido transferida da Maternidade. À TV Imperial, o advogado que representa a família, Bruno Caciano, disse que a principal alegação contra a equipe da unidade é a de que houve negligência.

“O que nós podemos adiantar é que as investigações têm apontado no sentido de que houve uma negligência por parte da Maternidade, por parte dos profissionais da Maternidade. E que essa negligência culminou no agravamento do quadro clínico da gestante que, por fim, quando buscaram dar atenção devida, já havia sido muito tarde e acabou implicando tanto no óbito dela quanto no óbito do nascituro”, explicou.

‘Descaso’

Carmem Elisa ficou internada na UTI do HGR por uma semana. Conforme a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), ela teve eclampsia na Maternidade e perdeu o bebê durante o parto. Por outro lado, o marido da paciente alega que não havia oxigênio no Centro Cirúrgico. O que pode ter sido definitivo para a sobrevivência da criança.

“No hospital tinha, mas dentro da cesárea não tinha oxigênio para a neném. Nesse caso que o médico solicitou o oxigênio, os enfermeiros de plantão falaram que não tinha oxigênio naquela Ala das Orquídeas. Eu fiquei mais apreensivo, mais agoniado ainda porque eles falaram isso. Não tinha oxigênio. Em questão de segundos, a pessoa que tem parada cardiorrespiratória, não tem um oxigênio para a paciente. Isso é um descaso muito grande”, desabafou Rodrigo Silva em entrevista à TV Imperial.

Família contesta versão do Governo

A defesa da família também contesta a versão do Estado de que Carmem Elisa já tinha complicações severas quando chegou à Maternidade.

“Foi suscitado pelo Estado de que a vítima já teria chegado à Maternidade numa situação irreversível, em um caso grave, o que os fatos e as provas demonstram que não é verdade. Isso não aconteceu. Ela chegou em uma situação estável na Maternidade e por conta da negligência no atendimento, o quadro dela evoluiu até a situação que, infelizmente, tanto ela quanto o nascituro perderam a vida”, disse o advogado.

O parto ocorreu na estrutura em que a reforma foi entregue no dia 6 de setembro, no bairro São Francisco. O Governo do Estado entregou a obra da Maternidade com três anos de atraso. O MP assinou termo com o Estado que previa a entrega dos trabalhos em um ano a partir de março de 2023. No entanto, o Governo pediu a prorrogação do acordo para setembro, mês da inauguração.

Fonte: TV Imperial