História de Ramon na seleção tem gol na ‘Super França’ e convocação para torneio polêmico que ‘ajudou’ no penta

Prestes a estrear como treinador da seleção brasileira principal, em amistoso contra Marrocos neste sábado (25), às 19h (de Brasília), com transmissão ao vivo pela ESPN no Star+, Ramon Menezes teve história curta com a camisa amarela nos tempos de jogador. Mas, apesar de breve, participou de um dos episódios mais polêmicos da história recente da equipe nacional.

Com 29 anos, o então meia, que estava trocando o Fluminense pelo Atlético-MG, foi titular do Brasil na Copa das Confederações de 2001, na época um torneio preparatório para a Copa do Mundo que seria realizada no ano seguinte, na Coreia do Sul e no Japão.

Ramon, assim como praticamente todos daquele elenco, foi beneficiado por um detalhe: Emerson Leão, então técnico do Brasil, acabou impedido de convocar alguns dos principais jogadores brasileiros na Europa e outros envolvidos em retas decisivas de Estaduais e CONMEBOL Libertadores.

Dessa forma, nomes como Cafu, Roberto Carlos, Romário, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, Rogério Ceni, Edilson, Alex e outras tantas figurinhas carimbadas das listas de Leão não viajaram para o Oriente para jogar a Copa das Confederações.

Na lista, alguns nomes com bagagem na seleção, como o goleiro Dida, o lateral Zé Maria e o volante Vampeta, mas diversas surpresas, entre elas os meias Carlos Miguel (São Paulo) e Robert (Santos), o volante Vagner (Celta de Vigo), os atacantes Magno Alves (Fluminense) e Leandro Amaral (Fiorentina), além, claro, de Leomar, volante do Sport e escolhido como capitão da equipe.

Ramon assumiu a camisa 20 e foi escolhido como principal meia do time de Leão, que fez uma campanha ruim. Vitória por 2 a 0 sobre Camarões na estreia, seguidos de empates sem gols contra Canadá e Japão, colocaram o Brasil no caminho da França logo na semifinal. Era a reedição da final da Copa do Mundo de 1998, vencida pelos europeus.

Se a seleção brasileira não era a principal, a França também estava desfalcada. Astros como Zinedine Zidane, Thierry Henry, Fabian Barthez e David Trezeguet não foram convocados pelo técnico Roger Lemerre. Mas a equipe foi ao torneio com Youri Djorkaeff, Nicolas Anelka, Robert Pires e Patrick Vieira, estrelas que brilhavam em alguns dos grandes times do mundo.

Na semifinal, a França saiu à frente no placar com Pires, logo aos sete minutos do primeiro tempo. Ramon empatou em bela cobrança de falta – uma de suas especialidades -, de pé direito no canto esquerdo do goleiro, aos 30. No segundo tempo, porém, Marcel Desailly deu números finais ao duelo.

O Brasil perderia depois de forma surpreendente a disputa do terceiro lugar para a Austrália por 1 a 0, enquanto a França, campeã do mundo em 1998 e da Eurocopa em 2000, levou mais uma taça para a casa. E esse resultado foi o que causou a mudança que levou os brasileiros à conquista da Copa um ano depois.

Emerson Leão foi demitido ainda no aeroporto de Narita, no Japão, pouco antes de embarcar para o Brasil. A notícia foi dada ao técnico por Antônio Lopes, que era o coordenador da CBF na época.

Para sua vaga, foi contratado Luiz Felipe Scolari, então técnico do Cruzeiro, que estreou com derrota para o Uruguai, nas eliminatórias, acabou eliminado para Honduras, na Copa América, e classificou a seleção aos trancos e barrancos para a Copa do Mundo. No torneio, porém, tudo mudou: sete vitórias, campanha irretocável e a taça de campeão.

Onde assistir a Marrocos x Brasil?

Marrocos x Brasil neste sábado (25), às 19h (de Brasília), terá transmissão ao vivo pela ESPN no Star+.