Agricultores estimam colheita de 519 mil toneladas

A largada para o plantio da safra 2019 no Estado de Roraima, aconteceu na manhã da quarta-feira, 15, na fazenda Vista Montanha, região do Bonfim. Este ano, segundo os produtores, serão plantados um total de 90 mil hectares divididos entre soja, milho, arroz, algodão, mandioca e banana.

A previsão de colheita que se inicia em setembro desse ano é de 75 mil toneladas de milho, 78 mil toneladas de arroz, 25 mil toneladas de algodão, 141 mil toneladas de mandioca e 200 mil toneladas de banana, o que estima 519.000 mil toneladas em produtos, 12% a mais do que a colheita do ano passado, que registrou a soma de 460.125 mil.

O plantio em destaque no cenário agrícola de Roraima é a soja, apesar de somar apenas 40 mil hectares do plantio do grão. A expectativa de colheita chega a 130 mil toneladas. Na safra de 2018, foram colhidas 120 mil toneladas de soja e na de 2017, 90 mil.

Veja o quadro comparativo:

Para o presidente da Comissão organizadora do plantio de soja, Emílio Paludo, o clima está ajudando com período de chuvas dentro da normalidade, além da chegada de novos investidores.

Paludo também falou sobre o perfil dos investidores da safra de grãos 2019. “O plantio desse ano deve dobrar a área de Minas Gerais o que representa um ganho significativo para nós. Estamos recebemos muitos produtores de outras regiões, para não somente avaliar nosso solo, mas também aplicar tecnologias que darão grandes retornos econômicos. São pessoas já experientes e consolidadas no mercado que foram atraídas pelo nosso potencial de plantio e estão já investindo para esse ano,” explicou.

O proprietário da fazenda Vista Montanha, Stefan Sidler, é suíço e mora há dois anos em Roraima. Ele conta que o início de todo investimento é difícil, mas que acredita no crescimento de Roraima e dos produtores.

“Toda a economia para rodar precisa de crédito e estamos percebendo que o atual governo está atuando nessa linha. Esse evento de hoje vai marcar a história do Estado”, comemorou.

O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Emerson Baú, disse que o objetivo do governo é transformar Roraima na maior fronteira agrícola do Brasil. “Que nós temos as melhores condições de solo e clima é realidade e se aumentarmos a produtividade tendo os canais de escoamento para que a gente consiga a melhor comercialização vamos nos tornar a melhor fronteira agrícola e nós estamos trabalhando para isso”, disse.

Parte dos grãos foi gerado em pesquisas na Embrapa Roraima

De acordo com Otoniel Duarte, chefe geral da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) parte dos grãos de soja foram gerados após 30 anos de pesquisa, para que fossem adequadas ao solo e clima do Estado. Ele ressaltou a vasta opção de grãos para serem plantados no estado. “A soja é produto estratégico e vem se consolidando no mercado da região norte devido proximidades de fronteiras importantes como Venezuela e Guiana. Também precisamos investir em solucionar dificuldades de logística local para que o pequeno médio e grande produtor possam plantar diferentes grãos, pois potencial existe em nossas terras para transformar a nossa matriz econômica.”

Bancos investem em financiamentos para agronegócio

Representantes de dois bancos brasileiros estiveram no evento para reafirmar o apoio dado ao setor agrícola de Roraima. O Banco do Brasil liberou mais R$ 2 milhões em crédito para investimentos no setor primário. O vice-presidente do Banco do Brasil, Ivandré Montiel da Silva, afirmou que a assinatura de R$ 2 milhões em contratos de crédito é simbólica, pois a relação da instituição financeira com o desenvolvimento do setor primário em Roraima vai muito além disso. Ele afirmou que somente no agronegócio em Roraima, o apoio do Banco do Brasil ultrapassa a casa dos R$ 400 milhões. “Nós entendemos que Roraima possui fatores favoráveis na natureza e com investimento de tecnologia em sementes, máquinas e equipamentos existe maior interesse dos produtores rurais em investir aqui e com certeza queremos participar das mudanças no cenário econômico do estado.”

André Vargas, da Superintendência Regional do Banco da Amazônia, disse que foram disponibilizados durante o plantio cerca de R$ 17 milhões em 18 operações de créditos que vão desde agricultura familiar até grande produtor rural. “O banco da Amazônia participa de forma ativa na captação de recursos que investem no estado gerando emprego, renda e aquecendo a economia local” disse.

Um dos contraentes foi o empresário e engenheiro agrônomo Marcos Paulo Viacelli. Ele financiou junto ao Banco da Amazônia a quantia de R$ 852 mil para a compra de maquinário que vai auxiliar no plantio de grãos na propriedade dele, localizada na região do Bom Intento, zona Rural de Boa Vista.

“Esse financiamento é essencial, pois hoje os agentes financeiros são primordiais para o produtor rural. Esse crédito facilita muito a expansão de área e investimentos. Acreditamos no potencial e no futuro do Estado e estamos entrando de cabeça”, declarou.

Durante o evento, o Banco da Amazônia anunciou que vai ampliar para R$ 500 milhões o aporte de recursos destinados pelo FNO que disponibiliza crédito com taxa de juros menor, que tem por finalidade facilitar o processo de aquisição de máquinas e equipamentos ao produtor rural, possibilitando o desenvolvimento da produção e fortalecimento da economia do estado.

Embaixador da Nigéria visita Roraima durante plantio

O embaixador da Nigéria, Christopher Nnke, esteve em visita a Roraima pela segunda vez durante o ano e participou do plantio de grãos a convite do governo de Roraima. Em entrevista, Christopher disse que retornou ao estado para fortalecer os laços de parcerias no investimento e desenvolvimento da agricultura. Para ele, Roraima é o lugar ideal para realização de possíveis investimentos aos interessados no setor.

“Roraima é um estado que tem muito a desenvolver e por isso o investimento da agricultura é melhor do que outras regiões que visitei. Meu país tem interesse em estreitar relações com o Brasil. Minhas visitas marcam análises do que é possível investir aqui e receber algo em troca, ou extrair boas experiências para serem aplicadas na Nigéria também.” Concluiu.

Informações – Folha de Boa Vista