Roraima tem redução de 78,62% nos focos de incêndio em 2021, aponta Inpe

Números são referentes aos dois primeiros meses do ano; foram identificados 211 focos de calor (Foto: Fábio Calillo)

Os dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que o número de focos de incêndio identificados em Roraima, de 1º de janeiro até este domingo (7), diminuiu 78,62% em relação ao mesmo período de 2020.

Conforme o Inpe, foram identificados 211 focos de queimadas até o início de março deste ano. Em contrapartida, no ano passado, 987 focos haviam sido registrados no estado entre os mesmos meses.

Em Roraima, os focos se concentram da seguinte forma: Bonfim (38); Uiramutã (37); Pacaraima (34); Normandia (27); Boa Vista (19); Amajari (15); Caroebe(12); Cantá (10); Caracaraí (5); Iracema (4); Alto Alegre (3); Rorainópolis(3); Mucajaí (2) e São João (2).

De acordo com o Inpe, os quatro primeiros municípios também estão entre as 30 cidades do país com o maior número de focos de queimadas.

DEFESA CIVIL

Conforme a Defesa Civil em Roraima, entre janeiro e dezembro de 2020, foram registrados 1.930 focos de incêndio. Já nos dois primeiros meses de 2021 foram registrados 200 focos contra 780 no mesmo período do ano passado.

O chefe de monitoramento da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, tenente Rodrigo Maciel, explicou que os períodos tiveram mudanças climáticas, devido a fenômenos naturais, o que influenciou na redução no número de focos.

“Ano passado tivemos uma estiagem rigorosa, estávamos com a temperatura mais alta que a normal e por isso os dados foram mais alarmantes. Este ano estamos dentro da normalidade saindo do fenômeno La Niña, que cria uma precipitação maior. Tivemos em janeiro chuvas acima do normal, em fevereiro mantivemos a média e esperamos em março um aumento”, indicou.

De acordo com Maciel, apesar da diminuição, é necessário manter equipes preparadas para casos de queimadas na região. Ele acrescentou que o estado dispõe de equipes para atender a esta demanda.

“Temos brigadistas e equipes do Corpo de Bombeiros preparadas para evitar esses focos e temos monitoramento diário através de sites oficiais, ou seja, se houver algo fora da normalidade estaremos prontos para atuar”, relatou o tenente.

NO PAÍS

Os números colocam Roraima na sexta posição das localidades com maior quantidade de queimadas. Em primeiro lugar está o Mato Grosso com 1.081 focos. Em todo país, o bioma da Amazônia concentra 36,3% dos focos, ficando à frente do cerrado (28,2% e da Mata Atlântica (16,6%).

Um foco de calor é um dado capturado pelos satélites de monitoramento que estão a uma altitude de 700 a 900 km sobre o planeta. Os sensores do satélite registram temperaturas acima de 47°C.

Ao longo dos anos, o Inpe tem avançado na auditoria das detecções de focos de calor com intuito de evitar falsas detecções, desta forma, dificilmente um foco detectado não seja incêndio ou queimada. Um incêndio ou uma ocorrência podem gerar um ou vários focos de calor, dependendo da extensão da linha de fogo.