A Justiça do trabalho determinou o bloqueio de R$ 3 milhões nas contas do deputado estadual Renan Filho (PRB), do empresário João Kléber Martins e de Guilherme Campos, filho da ex-governadora de Roraima Suely Campos (PP), por dívidas trabalhistas com funcionários da empresa Qualigourmet.
Todos os envolvidos foram alvos da Polícia Federal na operação Escuridão, que investigou o esquema de desvios em contratos milionários fraudulentos para o fornecimento de comida a presos no estado.
Segundo a PF, a empresa era registrada no nome de João Kléber Martins, mas ele atuava como laranja de Guilherme, que tinha o apoio do deputado Renan no esquema que movimentou R$ 70 milhões em contratos.
A investigação da PF foi usada no pedido à Justiça ingressado pelo procurador do Trabalho Márcio Aguiar na ação coletiva para cobrar os direitos trabalhistas dos empregados da Qualigourmet.
Na decisão, o juiz Gleydson Ney Silva da Rocha, da 1ª Vara do Trabalho em Boa Vista, também tornou indisponível todos bens móveis e imóveis dos três investigados. A medida cabe recurso.
Ao G1, o deputado Renan Filho confirmou que teve bens e a conta bloqueados. No entanto, ele afirmou que seu advogados recorreram da decisão por ele não ser dono ou ter qualquer outro vínculo com a empresa.
A defesa de Guilherme Campos informou que ele não foi notificado da decisão e frisou que o filho da ex-governadora também não tem relação com a Qualigourmet. A reportagem tenta contato com João Kléber Martins.
Entre os argumentos da ação, o procurador citou que tiveram casos em que a Qualigourmet não efetuava o pagamento de salários até o 5º dia útil, deixou de pagar 13º dentro do prazo, e deve a ao menos 78 empregados o salário do mês de outubro de 2018 e a primeira parcela do décimo.