O número de casos de estupro caiu 30% em Roraima, enquanto o de assassinatos de mulheres cresceu mais de 165% no ano passado, apontam dados do 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O estudo também revela que a taxa de feminicídio no estado subiu 31% em 2018.
De acordo com o levantamento divulgado nessa terça-feira (10), Roraima registrou 332 casos de estupro de mulheres e vulneráveis em 2017, contra 253 no ano passado. Apesar da queda, o número de tentativas de estupro aumentou 3,3%, passando de 43 para 49 casos no último ano.
Outros números relacionados à violência contra mulher que cresceram no estado foram o de assassinatos com vítimas do sexo feminino e o de feminicídio.
Conforme o anuário, 27 mulheres foram assassinadas em 2018 em Roraima, 17 a mais do que em 2017. Os casos de feminicídio no estado passaram de 3 para 4 ocorrências no ano passado.
Os crimes de feminicídio e de assassinato de mulheres têm tipificação diferente. O homicídio é o assassinato de uma mulher por motivos diversos, enquanto o feminicídio é caracterizado por ser a mulher do gênero feminino.
No dado geral de homicídios, incluindo homens e mulheres, o estado também deu um salto. No ano passado, a taxa de assassinatos ficou em 66,6 mortes para cada 100 mil habitantes – um contraponto à média nacional de 27,5 para cada 100 mil pessoas.
Em 2017, um relatório da Human Rights Watch – uma das ONGs mais influentes de direitos humanos do mundo – apontou Roraima como o estado mais letal do Brasil para mulheres e meninas, ao passo que as autoridades são omissas.
Uma pesquisa produzida pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em 2016 mostrou que 43% dos brasileiros do sexo masculino com 16 anos ou mais acreditavam que “mulheres que não se dão ao respeito são estupradas”.
O levantamento revelou ainda que há baixa notificação dos casos e isso se dá pelo medo de retaliação por parte do agressor, geralmente conhecido, medo do julgamento a que a vítima será exposta após a denúncia, descrédito nas instituições de justiça e segurança pública, dentre outros.
Informações: G1 Roraima