Médica expõe a falência total da saúde pública em Roraima

Um ato sem dúvida corajoso: a médica Emília Alexandrino escreveu hoje (20) em sua página no Facebook um verdadeiro tratado para expor a falência da saúde pública no Governo do Estado.

Ele pede socorro e ao mesmo tempo faz uma exibição de uma galeria de fotografias para mostrar a decadência do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, a única maternidade do Estado.

A situação é caótica e ao mesmo tempo revela a incapacidade e a falta de compromisso do Governo para este setor tão importante para a população, mas tão abandonado há anos.

Acompanhe abaixo o depoimento de Dra. Emília publicado em sua rede social:

“Pequena amostragem das nossas deficiências no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazreth! Solicito que diante do exposto os órgãos de controle nos façam visitas mais amiúdes, procurem entrar em todas as dependências e conversar com os funcionários, com técnicos, não aquelas visitas ensaiadas e previamente avisadas, em que os gestores mostram as coisas de forma maquiada.

Conversem com os enfermeiros, com os médicos plantonistas! Não esquecer que temos problemas gravíssimos na rede elétrica, hidráulica e de gases! Muitas torneiras, chuveiros e descargas quebradas. O difícil é encontrar uma boa!

Quando chove tem goteiras em toda parte, alaga tudo. A grande maioria das centrais de ar está quebrada. Atualmente só temos 1 aparelho de bisturi elétrico funcionando. Autoclave da Central de Material e Esterilização está quebrada. Material cirúrgico tendo que ir ser esterilizado no HGR. Não temos materiais de limpeza.

O fio Categut cromado 0 e 1, que tanto utilizamos nas cesáreas e partos normais está faltando há semanas! Não temos foco para iluminar e nem banquetas onde sentamos para realizar as suturas nos partos normais, enfim contamos com muito pouco para prestar assistência! Todos fontes vivas de infecção!

As outras camas de ferro com colchão levantado é leito onde as pacientes parem de parto normal e são feitas a episiorrafia. Berçinho que recebe o RN que acabou de nascer, e quando necessário é reanimado. Não se tem pijamas cirúrgicos em quantidade suficiente, não se tem roupa de cama e nem lençóis ou batas, nem para nós nem para as pacientes. Por favor olhem por nós!!!“.

Informações: Blog do Perônico – fotos: Divulgação