Após intervenção federal, protestos são suspensos em todo o Estado

Foto: Fabio Calilo

Desde a nomeação de Antonio Denarium como interventor, havia muitas especulações sobre a continuidade ou não dos protestos dos servidores. Entretanto, na manhã dessa segunda-feira, após reunião com o governador eleito, os grevistas decidiram dar um “voto de confiança” e suspender a greve geral.

Diversas categorias que estavam fazendo manifestações na capital e no interior participaram da reunião e após a afirmação de que o pagamento dos servidores seria prioridade, os manifestantes decidiram abrir os batalhões aos poucos. Apesar disso, os que estão no acampamento conhecido como “tenda”, em frente ao Palácio Senador Hélio Campos, permanecerão no local até que os pagamentos sejam feitos.

Durante os dias de protesto, muitos grevistas se reuniram em diversos pontos, impedindo a entrada nos prédios e a saída das viaturas para a segurança dos municípios.

Ao todo, foram sete municípios que aderiram à greve: Boa Vista, Alto Alegre, Rorainópolis, Caroebe, Pacaraima, São João da Baliza e Caracaraí. Em todos esses, os batalhões foram fechados e viaturas ficaram impedidas de circular, como forma de protesto.

Por causa da intervenção federal no Estado, as mulheres de policiais e bombeiros militares decidiram suspender a greve e abrir os batalhões de todos os municípios, na esperança de ter os salários em conta até a sexta-feira.

Jeane Lopes, que participou do movimento no interior, disse que todos os locais levantarão acampamento.

“Vamos liberar as passagens e se continuar alguma manifestação não estará nos representando. Todos sabem que desde o começo, tudo que fizemos foi dentro da lei, e vamos continuar dessa maneira”, informou.

Entretanto, a tenda continuará no local para que elas possam seguir recebendo doações. “Vamos permanecer aqui por enquanto, pois é aqui que recebemos doações de alimentos, e só vamos sair daqui quando tivermos condições de entrar em um mercado e fazer compras para as nossas casas”, declarou Jeane.

Na manhã de segunda, muitos protestos já não estavam acontecendo. As mulheres dos bombeiros e dos policiais já haviam liberado os portões do Corpo de Bombeiros Militares (CBM) e da Companhia Independente de Policiamento Ambiental (Cipa). Os locais barrados, entretanto, eram o Bope, Comando de Policiamento da Capital (CPC) e Segundo Batalhão Policial.

De acordo com Antônio Leal, da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Poder Executivo de Roraima (Sintraima), esta é uma forma de depositar um voto de confiança no interventor e governador eleito do Estado.

“Decidimos dar esse voto e aguardar que os decretos sejam cumpridos e no próximo dia 18 faremos uma assembleia com os servidores efetivos para ver como estará a situação até lá. Mas agora, é momento de aguardar”, declarou.

Fonte: Roraima em Tempo