Mais de 130 homicídios foram registrados neste ano

Em muitos casos as vítimas tinham sinais de tortura, foram degoladas e até tiveram o coração arrancado (Arquivo: Folha BV)
Em muitos casos as vítimas tinham sinais de tortura, foram degoladas e até tiveram o coração arrancado (Arquivo: Folha BV)

De 1º de janeiro de 2019 até esse domingo, 25 de agosto, foram registrados 137 homicídios em Roraima, o que representa algo em torno de 17 pessoas assassinadas por mês, no estado. Essas são informações de um levantamento não oficial baseado em reportagens noticiadas pelo jornal Folha de Boa Vista. Nesse mesmo período de 2018, ainda segundo levantamento feito pela Folha, foram registrados 176 crimes de morte.

Comparando a esse mesmo período de 2018, houve uma redução no número de homicídios, ou seja, neste ano são quase 39 assassinatos a menos. Os casos, segundo a polícia, em sua maioria são associados de alguma forma à guerrilha imposta por facções criminosas por conta da forma como as vítimas foram executadas e, em geral, os crimes foram praticados com uso de armas de fogo e brancas, e em muito dos casos as vítimas tinham sinais de tortura, foram degoladas e até tiveram os corações e membros arrancados. As mortes ocorreram tanto no interior do Estado como em Boa Vista.

Os dados levantados pela Folha não foram confirmados pelo Governo de Roraima até o fechamento da reportagem. Nossa equipe entrou em contato desde a semana passada com a Secretaria de Comunicação do Governo solicitando dados a respeito do número de homicídios em Roraima, inclusive para que o delegado geral de homicídios explicasse o que estava sendo feito em relação ao número de homicídios no estado, mas até o fechamento desta matéria, não obtivemos retorno.

Conforme o Delegado Geral da Polícia Civil, Herbert Amorim, o aumento no registro de crimes hediondos envolvendo facções possui relação com a liberação de visitas à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, (PAMC). De acordo com ele, existia controle dos grupos que atuam em Roraima enquanto a suspensão estava vigente.

“Durante os seis primeiros meses deste ano não eram contabilizados tantos crimes cruéis como esses que envolvem o tribunal do crime. Nós sabemos que os chefes das facções estão nos presídios, foi só liberar as visitas que as execuções bárbaras cresceram. Estamos apurando quem são os mandantes dos homicídios para que seja dada resposta imediata à sociedade”.

Informações: Folha de Boa Vista