Desmatamento bate recorde em Roraima e cresce 216% em um ano, aponta Inpe

Área de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, em Roraima — Foto: Exército Brasileiro/ Divulgação
Área de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, em Roraima — Foto: Exército Brasileiro/ Divulgação

Roraima foi o estado que teve o maior avanço no ritmo do desmatamento na Amazônia entre agosto de 2018 e julho de 2019, apontam dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Foram desmatados no estado 617 km² de floresta, um aumento de 216% em comparação ao período anterior (agosto de 2017 a julho de 2018), que teve 195 km² de área atingida.

O índice foi o maior já registrado no estado desde 2004 quando o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) foi criado. Em 2008, quando também houve um recorde, a área desmatada em Roraima ainda foi menor do que a registrada agora, totalizando 574 km².

Principais dados:

  • Alta no desmatamento em Roraima foi de 216% entre agosto de 2018 e julho de 2019, o maior crescimento entre os estados da região;
  • No período, foi desmatada no estado uma área de 617 km²;
    É a maior taxa já registrada em Roraima desde 2004, quando estudo foi criado pelo governo federal;
  • Proporcionalmente, estado foi responsável por 6,32% do desmatamento de 9.762 km² na Amazônia no período (agosto/2018 a julho/2019).
  • Apesar de ter sido o estado que registrou o maior ritmo de desmatamento, proporcionalmente Roraima foi responsável por 6,32% do desmatamento na região, que avançou quase 29,5% em dez anos.

Juntos, Pará – que teve a maior participação, com 39% – Mato Grosso, Amazonas e Rondônia foram responsáveis por 84% do desmatamento na Amazônia Legal, que também inclui os estados do Acre, Amapá, Maranhão e Tocantins.

Com 46% do território ocupado por terras indígenas, Roraima concentra 32 reservas já demarcadas, de acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai). Entre elas está a Terra Indígena Yanomami, onde há intensa atividade de garimpo ilegal e pelo menos 25 mil invasores, de acordo com lideranças indígenas.