Num discurso em defesa do combate sistemático e eficaz à corrupção, ao crime organizado e aos crimes violentos, o ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro citou o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, deputado Jalser Renier (Solidariedade), como um político sobre o qual recaem suspeitas muito graves.
Vídeo mostra população aplaudindo Moro em pé após fala contra Jalser Renier
Sem citar o nome do parlamentar roraimense, Moro comparou Jalser ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, como um modelo de político corrupto que deve ser combatido e afastado do cargo. Para tanto, fez uma retrospectiva da Operação Lava Jato.
Moro iniciou sua fala dizendo que tinha preparado um outro discurso, mais condizente com o clima festivo de aniversário do Ministério Público de Roraima, mas decidiu mudar sua fala e fazer um resumo histórico da Lava Jato, força-tarefa de combate à corrupção no Brasil iniciada em março de 2014. Moro usaria o exemplo nacional para chegar a o caso específico de Roraima.
O ministro afirmou que quando a Lava Jato começou, ele não imaginava que a força-tarefa atingiria a magnitude e proporção que tomou, com tantos atores políticos envolvidos em esquemas de corrupção. Moro citou o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, como uma das figuras nefastas da política Brasileira alcançadas pela Lava Jato, que usava seu poder para corromper e intimidar outras instituições.
O ministro da Justiça lembrou que, não obstante seu poder, Cunha foi afastado do cargo, por decisão corajosa do saudoso ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, e depois teve o mandato cassado, foi preso e cumpre pena até hoje.
“Não tem condições de se manter num cargo público alguém com um rasto de corrupção”, disse Moro se referindo a Cunha, a quem chamou de “indivíduo” por pelo menos três vezes. Moro afirmou que o exemplo da Lava Jato mostrou que é possível enfrentar os fantasmas da corrupção, do crime organizado e dos crimes violentos no Brasil.
“Não era bem isso que eu pretendia falar hoje. Mas eu enveredei por essa história envolvendo o ex-presidente da Câmara [Eduardo Cunha] para dizer que essa história seria uma história extremamente pertinente num estado no qual, e aqui com todo respeito, recaem suspeitas tão graves em relação ao presidente da Assembleia Legislativa”, completou.
O discurso de Sérgio Moro foi ovacionado de pé por todas as autoridades e convidados que lotavam o auditório do Teatro Municipal de Boa Vista.
Em suma, Moro usou o exemplo de Cunha como grande corrupto para fazer uma analogia com a situação doméstica de Roraima, que tem o presidente da Assembleia apontado como cabeça de diversos esquemas de desvio de recursos da do Poder Legislativo e de uso do seu poder para intimidar outras pessoas e instituições locais.
Informações – Luiz Valério