Teresa participa de reunião com ministro da Saúde sobre medidas para Boa Vista

A prefeita de Boa Vista, Teresa Surita, participou na manhã desta quarta-feira, 20, de uma reunião por videoconferência com o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, e outros chefes do executivo, representantes da Frente Nacional de Prefeitos, para tratar sobre as principais demandas das cidades, especialmente a capital de Roraima, onde vivem cerca de 70% da população de todo o Estado.

Durante reunião, que foi solicitada pela prefeita de Boa Vista, os chefes do executivo cobraram, dentre outros, o envio de medicamentos, insumos, testes e respiradores diretamente do Ministério da Saúde aos municípios, sem o intermédio dos estados, que seria uma forma de agilizar os processos e se evitar atrasos na prestação dos serviços à população.

A prefeita destacou a importância de haver essa ligação direta do Ministério com as cidades, visto que esse momento de pandemia requer agilidade na atuação do poder público. “O peso maior de toda essa questão recai sobre os municípios. São as cidades que estão enfrentando os maiores problemas com relação à saúde, aumento de casos, falta de testes, medicamentos e profissionais. Essa medida vai proporcionar maior agilidade no combate ao vírus e na assistência aos pacientes”, disse.

Segundo o ministro Pazuello, essa demanda, cobrada especificamente por Boa Vista, já está sendo avaliada pelo Ministério. “Temos capitais que são praticamente estados, como é o caso de Boa Vista. Concordo plenamente com essa questão para repassar diretamente às prefeituras as ajudas. Já estamos trabalhando para que isso aconteça, agilizando todo o processo para equipar as cidades e as unidades de saúde. Essa já era uma demanda do próprio Ministério”, garantiu.

O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, concordou com o pedido da prefeita Teresa Surita e reforçou que tem enfrentado os mesmos problemas na cidade. “Esse é um problema de quase todos os municípios. Toda a carga desse combate sobre mesmo para as prefeituras. Precisamos quebrar essa ponte dos estados porque é um trâmite que atrasa a questão das ações. Precisamos desse apoio sem haver intermediários”, explicou. 

Prefeitura segue recomendações do Ministério da Saúde

Desde o início da pandemia de coronavírus, a Prefeitura de Boa Vista tem seguido todas as recomendações e diretrizes do Ministério da Saúde, seja com atendimento nas unidades de saúde, seja com os testes. E agora, com o protocolo editado pelo Governo Federal para uso da cloroquina, o município vai seguir também essa recomendação e já está trabalhando para adquirir o medicamento.

A cloroquina, no entanto, não será distribuída indiscriminadamente. O paciente precisará passar por uma criteriosa avaliação com um profissional médico, que vai decidir se o paciente precisará ou não tomar o medicamento, dependendo do estado de saúde ou de outras doenças. Nesse caso, o paciente deverá assinar um termo, onde deve declarar estar ciente de que o remédio não possui eficácia comprovada cientificamente.

O novo protocolo mantém a necessidade de o paciente autorizar o uso da medicação. O termo de consentimento, que deve ser assinado pelo paciente, ressalta que “não existe garantia de resultados positivos” que “não há estudos demonstrando benefícios clínicos”.

O documento afirma ainda que o paciente deve saber que a cloroquina pode causar efeitos colaterais que podem levar à “disfunção grave de órgãos, ao prolongamento da internação, à incapacidade temporária ou permanente, e até ao óbito”.

Ações em Boa Vista acontecem desde antes da pandemia ser declarada

O enfrentamento à covid-19 começou em Boa Vista antes mesmo dos primeiros casos confirmados da doença em Roraima. A prefeitura criou o Comitê Municipal de Combate ao Coronavírus e desde então tem aplicado medidas para evitar o contágio na população.

Entre as ações, destacam-se a antecipação da campanha de vacinação, suspensão das aulas, de eventos culturais e feiras livres, higienização dos ônibus, desinfecção de unidades de saúde, adiamento da cobrança de impostos, entrega de cestas básicas e de máscaras.

Para reforçar a atenção básica de saúde, foram convocados mais de 260 aprovados em concurso público, envolvendo médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, farmacêuticos, condutores de unidade móvel de saúde e analista especialista em epidemiologia e vigilância em saúde.

Além disso, a prefeitura adquiriu para o Hospital da Criança Santo Antônio 24 novos aparelhos respiradores, totalizando 42, para atender pacientes graves e salvar vidas.