HOSPITAL DE CAMPANHA: “Previsão é que trabalhos iniciem nesta quarta”, diz general Barros

Previsto para ser inaugurado no final de abril deste ano, o Hospital de Campanha agora tem uma nova data para início dos trabalhos. A previsão é que a unidade de saúde comece a operar nesta quarta-feira, 17, conforme informou o comandante da Operação Acolhida, general Antonio Manoel de Barros, em entrevista nessa segunda-feira (15).

Ele afirmou que há mais de 80 leitos aptos para funcionamento no Hospital de Campanha, porém, faltam insumos e corpo clínico para funcionamento dos leitos que estão prontos. “Mas, por meio da parceria com o Hospital Sírio Libanês, estamos trabalhando para que esse material chegue até esta quarta-feira [17], e a previsão é que ainda nesta quarta-feira a gente comece efetivamente os trabalhos, com os profissionais de saúde e os insumos. Essa é a previsão”, ressaltou general Barros. 

O comandante da Operação Acolhida afirmou ainda que o Hospital de Campanha não entrou em funcionamento por algumas razões, entre elas a questão judicial envolvendo a contratação de médicos sem registro no Conselho Regional de Medicina (CRM-RR) e sem diploma revalidado, que só foi definido na última quinta-feira (11). “Até então esse era o impasse”, disse.

“Na sexta-feira passada se fechou a relação com os nomes dos médicos, começamos a trabalhar no sábado e domingo. Estamos na segunda-feira e chegou outra relação e fechamos essa lista. Pedimos para a Universidade Federal de Roraima (UFRR), que é parceira para os passar a relação dos capacitados, e chegou hoje [ontem] às 14h e estamos montando a relação para 30 dias, para cerca de todos os profissionais, vamos nos especificarmos particularmente nos médicos”, contou general Barros. 

“Hoje é segunda [16], e essa escala de 30 dias vai rodar de acordo com a disponibilidade dos médicos. Dentro da relação que chegou, com 100 médicos com registro no CRM, temos 40 capacitados. Então vamos fazer a relação agora com 40 capacitados. A partir do momento que outros médicos forem sendo capacitados, vamos paulatinamente ampliando. Vamos com 40 capacitados, fazendo essa relação que será fechada nesta terça-feira para que na quarta-feira estejamos em condições. E vejamos que há um deficit, mas, de acordo com a decisão judicial, aqueles que não forem completados vamos para os capacitados sem o CRM”, frisou o comandante da Operação Acolhida. 

General Barros ressaltou ainda que a apresentação de uma relação com médicos não significa automaticamente que os profissionais estão aptos a atuar no Hospital de Campanha. “Seja de qualquer especialidade do corpo clínico. Não é ato contínuo que vai poder atuar na Área de Cuidados. Esta relação tem que ser oficial, da Sesau. Dentro dessa relação nós temos que capacitar esses profissionais. Essa capacitação está prevista no protocolo e é uma forma de mitigar efeitos colaterais indesejáveis”, disse.

Operação Acolhida diz que solicitou médicos do CRM-RR

Frente à polêmica sobre a disponibilidade de corpo clínico para o Hospital de Campanha, o general Barros informou que solicitou no dia 16 de abril, por meio do ofício número 75-AsseAsJurd/MD FT Log Hum, enviado ao Conselho Regional de Medicina de Roraima, a disponibilização de 260 médicos para atuar na Área de Proteção e Cuidados (APC).

No documento, o coordenador da Operação Acolhida lista que a APC estava sendo estruturada para 80 leitos, contudo, havia se iniciado a expansão de mais 419 leitos para tratamentos de combate ao covid-19.

“Neste sentido, estima-se que serão necessários cerca de 260 médicos que poderão atuar em sua totalidade no próximo mês de maio, de acordo com a evolução da pandemia do covid-19”, declarou o general ainda em abril deste ano.

O coordenador ressaltou que a Operação Acolhida nunca teve retorno do CRM-RR sobre a solicitação.

Informações: Folha de Boa Vista – foto: Nilzete Franco