561 mortes – O preço da corrupção em Roraima

Infelizmente vivemos em um país onde o crime compensa. Não o crime comum. Mas o crime que envolve políticos, o crime que desvia milhões de recursos públicos da saúde, o crime que envolve agentes públicos, eleitos para fiscalizar.

Hoje Roraima contabiliza 561 mortes por covid-19. E com a operação da Polícia Federal que investiga o desvio de mais de R$ 50 milhões, a gente passa a refletir: Quantas vidas dessas mais de 500 mortes poderiam ter sido salvas se o Governo tivesse investido corretamente esses recursos?

Quantas vidas teríamos salvo se o Hospital Geral de Roraima (HGR) tivesse mais respiradores, medicamentos para entubar, mais UTI’s, se não tivesse aquela goteira que encharcou o leito de um paciente entubado, acarretando em sua piora no quadro e morte?

Corrupção mata! Com esses 50 milhões de reais que foram desviados, poderíamos ter colocado para funcionar o anexo do HGR, aquele enorme elefante branco que está parado há mais de 4 anos do lado do Hospital sem atender, sequer, um paciente em plena pandemia.

O Governo do Estado, infelizmente, se fez de morto. O governador, como esperado, saiu pela tangente afirmando não saber de nada, não ter participado de nada, não ter autorizado nada. Mas como? Como é que um chefe maior não sabe onde vai parar R$ 50 milhões?

E a Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR), com 21 deputados eleitos para FISCALIZAR o poder Executivo o que fez? Não querendo generalizar, mas grande maioria dos deputados, principalmente os aliados ao Governo, têm conhecimento do que se passa por lá, como são os trâmites de processos e afins.

Quem deveria fiscalizar, participa. A prova disso foi a operação desta quinta-feira, 13, que fez o deputado Estadual Jeferson Alves, pupilo do senador Telmário Mota, acordar com a Polícia Federal arrombando o portão da entrada de sua humilde residência.

Triste mesmo foi o fim de cada uma vítima do coronavírus em Roraima. Triste mesmo, é para as famílias dessas 561 vítimas que estão se perguntando, neste momento: Meu pai, irmão, tio, minha mãe ou meu amigo poderia estar aqui, hoje, se o HGR tivesse leito de UTI, se o HGR tivesse respiradores, se o HGR não tivesse com aquela goteira que encharcou um paciente entubado, se o HGR tivesse medicamentos.

Triste também é saber que só depois de três meses da denúncia de compra dos respiradores mais caros do Brasil que a Polícia Federal foi bater na casa dos envolvidos. A essa altura, todas as provas já foram eliminadas!

LUTO!

Foto – Divulgação