Na semana passada, decisões judiciais complicaram a vida de algumas pessoas ligadas ao presidente da Assembleia Legislativa Jalser Renier (SD). Envolvidos no escândalo das marmitas que desviou mais de R$ 70 milhões do sistema prisional de Roraima, estão o deputado estadual Renan Filho (Republicanos) e o candidato vereador Kleber Siqueira (SD). Na época, eles foram apontados com laranjas de Guilherme Campos, filho da ex-governadora Suely Campos e, segundo a Polícia Federal, o verdadeiro dono a empresa Qualigourmet, contratada para fornecer a alimentação aos presos.
ESQUEMA
Nas investigações, a Polícia verificou que a empresa foi criada dias antes de assinar o contrato feito de maneira emergencial e até que fosse realizada uma licitação, a empresa praticou preços mais elevados que o de mercado para o fornecimento das marmitas. Além disso, Klebinho era um dos que realizava saques de altos valores em espécie, usados para pagar propina e para enriquecer todos os envolvidos no esquema. Renan, Guilherme e Klebinho chegaram a ser presos por cerca de 20 dias e conquistam liberdade provisória por uma decisão do Superior Tribunal de Justiça.
ARMA
Já o deputado Renato Silva, que apesar de ser do Republicanos, partido do senador Mecias de Jesus; nestas eleições escolheu apoiar o candidato Ottaci (SD) afilhado de Jalser. Na semana passada, ele também foi surpreendido pela decisão do juiz Renato Albuquerque que aceitou a denúncia do Ministério Público e o transformou em réu por porte ilegal de arma. O fato foi registrado em uma Clínica Veterinária em julho deste ano. Segundo a denúncia, Renato teria ameaçado a profissional responsável pela clínica para que ela prestasse o atendimento ao seu cachorrinho de estimação. Ele próprio relatou a morte do animal no famoso áudio que divulgou acusando Jalser de estar roubando dinheiro público da Assembleia Legislativa para “eleger o Ottaci”. Renato, que chegou a ameaçar causar uma grande confusão na Assembleia, calou a boca e se rendeu aos caprichos de Jalser. Como diz o senador Telmário Mota (Pros), outro aliado desse grupo totalmente comprometido, Renato ficou pianinho. Ele nega que tenha usado uma arma e chegou a apresentar outras versões de imagens do dia em que esteve na clínica. Agora, compete a Justiça dar o veredito final.
AO REDOR
O famoso dito popular “diga-me com quem andas e eu te direis quem tu és” se aplica muito bem ao grupo que rodeia Jalser. O presidente da Assembleia mantém sob seu domínio e como aliados mais próximos pessoas que, assim como ele, são acusadas de envolvimento em escândalos de corrupção e desvio de dinheiro público. A lista é grande e inclui a deputada Yonne Pedroso (SD), que também chegou a ser presa por suspeitas de comandar o esquema de desvio de dinheiro do transporte escolar. Além dela, a Coluna já citou os deputados réus Renan Filho e Renato Silva. O presidente da ALE conta ainda com o apoio de Carlos Olímpio, candidato a vereador pelo SD, denunciado como principal laranja de Jalser na Operação Cartas Marcas. De forma inacreditável, Carlinho tem registrado em seu nome mais de 300 terrenos. E quem completa essa lista é o próprio Klebinho Siqueira, também réu no escândalo das marmitas. São essas pessoas que o roraimense quer para cuidar de Boa Vista?
Informações: Roraima em Tempo – Foto: Arquivo Pessoal
