Ministério Público de RR pede acesso a provas da PGR em inquérito sobre Chico Rodrigues

Senador escreveu que precisou de tratamento psiquiátrico durante os últimos quatro meses (Foto: Agência Senado)

O Ministério Público de Roraima pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso às provas do inquérito em que a Procuradoria Geral da República (PGR) investiga o senador licenciado Chico Rodrigues (DEM), flagrado pela PF com dinheiro entre as nádegas.

O MP-RR quer usar a documentação para apurar se houve improbidade administrativa na compra de equipamentos de proteção individual superfaturados da Quantum Empreendimentos, empresa ligada ao parlamentar, pela Secretaria Estadual de Saúde.

A intenção dos promotores é avaliar se há elementos que configurem improbidade administrativa por parte do parlamentar. As ações de improbidade tramitam na primeira instância da Justiça – como não são infrações penais, não se aplica a regra do foro privilegiado nesses casos.

A investigação do MP envolve a aquisição de equipamentos de proteção individuais superfaturados pela Secretaria Estadual de Saúde, com a contratação da Quantum Empreendimentos em Saúde.

A empresa é investigada no inquérito do STF, e há suspeita de que a firma nunca entregou a Roraima os testes rápidos de Covid-19 previstos em um contrato de R$ 3,22 milhões.

Na investigação, a empresa foi apontada pela PF como uma das que supostamente se beneficiava pela influência do senador dentro da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau). A empresa e a assessoria do senador negam relação com esses supostos esquemas.

Em um trecho do relatório, a PF indicou a “existência de possíveis vínculos entre o Senador Chico Rodrigues e a Quantum Empreendimentos em Saúde, já que Roger Henrique Pimentel, cunhado de sua assessora, Samara de Araújo Xaud, casada com Jean Frank, é um dos sócios da empresa desde

O pedido de compartilhamento de provas em comento se justifica pelo fato de ter se tomado público o possível envolvimento do parlamentar Francisco Rodrigues na contratação da empresa Quantum Empreendimentos e Saúde , de modo que poderá restar implicado nos atos ímprobos investigados pelo Ministério Público do Estado de Roraima”, escreveu o MP.

O promotor Luiz de Souza também encaminhou ao STF material reunido pelo MP do Estado.

O que diz o senador

A defesa tem afirmado que o senador “jamais intercedeu indevidamente em prol de qualquer interesse privado no âmbito de contratações no Estado de Roraima ou em qualquer outro órgão”.

“As investigações irão provar que ele não cometeu qualquer irregularidade no exercício de suas funções. O Senador está à disposição das autoridades para esclarecer quaisquer dúvidas a respeito dos fatos em apuração”, diz nota assinada pelos advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso e Yasmin Handar.

Informações: Blog do Perônico – Foto: Agência Senado