O famigerado transformador de energia

Desde que o Amapá enfrentou mais de 20 dias de apagão e problemas com o fornecimento de energia, a preocupação sobre a situação de Roraima aumentou. O Estado é o único do país que não está ainda interligado ao Sistema Nacional e hoje, toda a energia que consumimos é gerada pelo parque térmico que já estava  planejamento da obra do Linhão de Tucuruí, por Roraima ser fim de linha. Porém, alguns assuntos merecem atenção. Para tentar resolver o Amapá, o Governo Federal pode estar colocando Roraima em risco.

Uma das medidas determinadas pelo Ministério das Minas e Energia foi transferir um transformador que existe em Roraima, e está sob responsabilidade da Eletronorte para o Estado do Amapá. Porém, esse mesmo equipamento é a única alternativa caso o Roraima enfrente uma situação de apagão. E apesar do peido ter sido amplamente divulgado, poucos foram os parlamentares estaduais que se mostraram contrários a ideia.

MDB

Nesta quinta-feira (3), o presidente estadual do MDB em Roraima, Romero Jucá falou em entrevista no programa Rádio Verdade, da 93 FM sobre duas ações ingressadas pelo partido na justiça para tentar garantir a segurança energética em Roraima. A primeira pede que o Governo não transfira o transformador da Eletronorte, mantendo o equipamento como um backup de segurança para o Estado. Ou que, caso seja necessário mesmo adotar essa medida em socorro ao Amapá, que fique garantida a data de retorno do transformador para Roraima. A segunda ação assinada por Jucá, é contra a Roraima Energia. O pedido é para garantir que a empresa cumpra as normas estabelecidas pela Aneel e mantenha o estoque de combustível corresponde ao consumo de oito dias. Essa medida evita que haja a suspensão na geração de energia, caso venha a acontecer um problema de desabastecimento. Os oitos dias representam o prazo de segurança para o reabastecimento das unidades geradoras.

SILÊNCIO

Jucá destacou que apesar de ser um tema sério e que diz respeito ao funcionamento do Estado, não houve manifestação por parte da maioria dos parlamentares de Roraima que mantiveram o silêncio sobre o assunto. Ele afirmou que seu objetivo não é polemizar, mas fazer um alerta para que todos, especialmente, aqueles que foram eleitos para representar os interesses da população se manifestem contra essa medida do Governo Federal, que deixa o Estado descoberto de uma retaguarda de segurança em relação a questão energética. O MDB adotou medidas concretas, buscando as via legais como mecanismo de defesa do Estado.

FAKE NEWS

O ex-senador também lembrou que foi vítima de uma grande armação durante as eleições de 2018, quando seus adversários repetiram incansavelmente que ele seria dono da Roraima Energia. Jucá provou que isso não é verdade, mas muita gente preferiu acreditar nas fake news inventadas pelos outros políticos que chegaram a prometer a retomada da obra de Tucuruí até junho do ano passado. Nada aconteceu. Hoje, está mais que provado que a continuidade da obra do Linhão não depende de A ou B. É uma questão bem mais complexa que tramita na justiça federal na discussão dos interesses dos índios woamiri-atroari. Nem a promessa do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) de que resolveria rapidamente a situação foi cumprida, mesmo com Tucuruí considerada uma obra de interesse nacional. Portanto, a culpa nunca foi de Jucá e quase três anos depois, a população está entendendo isso.

Informações: Roraima em Tempo – Foto: Divulgação