Conselhos voltam a pedir ao STF retirada de garimpeiros da Terra Yanomami em Roraima

O Fórum de Presidentes de Conselhos Distritais de Saúde Indígena (FPCONDISI), que representa demandas dos indígenas de todo o país, voltou a pedir nessa terça-feira (27) que o Supremo Tribunal Federal (STF) reforce a determinação para retirada de garimpeiros de sete reservas indígenas, incluindo a Terra Yanomami em Roraima.

Em março, o ministro Luís Roberto Barroso já havia mandado a União retirar os invasores, para evitar a propagação da Covid-19. No mesmo mês, a Polícia Federal (PF) cumpriu a ordem da Corte e destruiu motores, aeronaves, apreendeu GPS, celulares, aparelhos de internet via satélite, ouro, mercúrio, armamentos e drogas, que estavam em um garimpo montado na região Yanomami. Contudo, os invasores retornaram.

‘VULNERÁVEIS’

O Fórum de Presidentes culpa os garimpeiros pela contaminação de indígenas aldeados e ressalta que os povos originários são mais vulneráveis à Covid-19. A estimativa é que 20 mil invasores estejam na maior reserva indígena do país. A entidade acrescenta que, se for preciso, sejam acionadas as Forças Armadas.

“Sem dúvida, a remoção dos invasores das sete Terras Indígenas determinadas é medida imperativa e imprescindível, todavia deve ser planejada com cautela, garantindo a consulta da vontade da população diretamente interessada, e possibilitando a interlocução com as lideranças indígenas locais para que possam contribuir com o conhecimento situacional regional”, pondera.

Roraima registra 6.002 casos de coronavírus, segundo a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira. De acordo com a instituição, sete povos foram afetados pela doença: Macuxi, Taurepang, Wai-Wai, Wapichana, Yanomami, Pemón, Warao, sendo os dois últimos oriundos da Venezuela. O número de mortes chega a 121.

VACINAÇÃO

Os presidentes dos conselhos frisaram a necessidade de priorizar a vacinação contra a Covid-19 dos indígenas aldeados e não aldeados. Contudo, avaliam que a responsabilidade por quem vive nas áreas urbanas seja dos Estados e prefeituras, e não da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

Roraima só recebeu mais doses de vacinas por ter a maior população indígena do Brasil. Das 171.860 doses, 72.250 são exclusivas para os aldeados, mas apenas 30.117 foram aplicadas até esta quarta-feira (28). A dificuldade em deslocar as vacinas para as regiões mais afastadas é o grande entrave.

Informações: Roraima em Tempo